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Jaru, 19 de maio de 2024

Corpos dos 8 presos mortos em presídio de RO são liberados do IML

Os corpos dos 8 presos que morreram durante uma briga entre facções na Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho, foram liberados do Instituto Médico Legal (IML) para os familiares na noite desta segunda-feira (17). A confusão na prisão aconteceu na madrugada desta segunda e foi motivada pelas mortes de 10 detentos no presídio de Roraima, no domingo (16). Os familiares das vítimas estão abalados com as mortes, segundo apurou o Jornal de Rondônia.

Segundo o IML, o órgão tinha dez dias para fazer a perícia dos oito corpos, mas para agilizar a liberação aos familiares foi feito uma força-tarefa na unidade, que é composto basicamente por três médicos legistas. Uma odontóloga ajudou na identificação para a liberação rápida dos corpos e o laudo da perícia.

O Jornal de Rondônia apurou que os familiares dos presos estiveram no IML durante toda a tarde aguardando a liberação dos 8 corpos, que foi autorizada na noite desta segunda. Muitos dos parentes estão abalados com as mortes dos apenados da penitenciária.

Durante a manhã, ao saber da briga envolvendo as facções e da morte do marido, uma mulher chegou a desmaiar na frente da unidade prisional.

Seis presos precisaram ir para o Hospital João Paulo II após o incêndio na unidade. Dois deles foram liberados durante a tarde e quatro permanecem em observação médica, com escolta reforçada.

Pavilhão B da Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro foi incendiado durante confronto e ficará interditado para reforma (Foto: Copen/Divulgação)
Pavilhão B da Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro foi incendiado  (Foto: Copen/Divulgação)

Confronto
O pavilhão B da penitenciária teve pelo menos uma cela toda incendiada e foi interditado para reforma. Foram necessários 30 agentes do Gape e outros 20 de outras unidades prisionais para conter o tumulto na manhã desta segunda-feira.

Os presos envolvidos no ataque serão responsabilizados e devem responder por homicídio. A Secretaria de Justiça de Rondônia (Sejus) disse que irá arcar com as despesas do velório dos presos mortos.

A entrada que dá acesso à penitenciária foi interditada pela polícia após o incidente. Equipes do Instituto Médico Legal (IML) realizaram perícia e remoção dos corpos. Os nomes dos presos mortos no conflito foram divulgados ainda de manhã. À tarde, a Sejus anunciou que 96 presos da penitenciária Ênio Pinheiro foram transferidos para outras unidades.

Mulher desmaia ao saber da morte do marido que cumpria pena no presídio (Foto: Hosana Morais/G1)Mulher desmaia ao saber da morte do marido que
cumpria pena no presídio (Foto: Hosana Morais/G1)

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, avaliou as rebeliões de Rondônia e Roraima, após uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília. Segundo ele, tais incidentes é uma “situação pontual”.

“Obviamente que a situação é gravíssima, com mortes, mas vamos ver se persiste ou não e, a partir daí, tomar as medidas necessárias. Não foi pedido [o reforço da Força Nacional] porque foi uma situação pontual. Vamos verificar a questão penitenciária”, disse Alexandre Moraes.

A Penitenciária Ênio Pinheiro sofre com a superlotação; com capacidade para 400 detentos, cerca de 700 estavam presos no local.


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