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Jaru, 4 de maio de 2024

Maria Casadevall sobre feminismo: “Ser feminista é ter orgulho de ser mulher”

Maria Casadevall estrela um editorial exclusivo para a Voguedigital. Com imagens de Yuri Sardenberg e Ana Monteiro, styling de Patrícia Zuffa e maquiagem e cabelos de Duda Molinos, a atriz conversou sobre feminismo, sensualidade e cuidados com o corpo. Confira abaixo!

Vogue: Você se considera feminista?
Maria Casadevall: Se ser feminista é reconhecer que homens e mulheres deveriam ter direitos e oportunidades iguais dentro da sociedade (politico, social e economicamente) de forma ampla e irrestrita e usar as minhas armas para lutar por isso, sim, sou feminista.
Se ser feminista é procurar sempre desconstruir uma narrativa construída e imposta socialmente desde que nascemos para que ocupemos papéis pré estabelecidos e que estão sempre em relação ao papel principal exercido por algum homem, sim sou feminista.
Se ser feminista é acreditar que a mulher pode ser o que ela quiser, desde que a escolha parta sempre dela mesma e que as oportunidades oferecidas a ela sejam as mesmas dada aos homens, sim sou feminista.
Se ser feminista é acreditar que nenhuma mulher deve se sujeitar a nenhum tipo de padrão de beleza ou a nenhuma forma de ditadura do intelecto provando sua beleza ou inteligência, ou o que quer que seja pra quem for, sim sou feminista.
Se ser feminista é praticar a sororidade e o companheirismo, desconstruindo a narrativa (criada como mecanismo de dominação dentro da ideologia machista) da suposta “rivalidade natural” entre as mulheres, afastando umas das outras e diminuindo sua força e seu poder de luta, sim sou feminista.
Se ser feminista é ter orgulho de ser mulher, ter consciência de seu poder e ter vontade de continuar lutando, assim como tantas outras mulheres já fizeram antes de mim, então sim, sou feminista.

Maria Casadevall (Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro)

Vogue: Em Os Dias Eram Assim, os personagens têm muita atitude e lutam pelos seus ideais, que infelizmente, não mudaram de lá pra cá. Na sua opinião, o que falta para as mulheres chegarem lá?
Maria Casadevall: Para que alcancemos patamares dignos de igualdade no mundo, seja igualdade social ou de gênero, é preciso engajamento e mobilização.
A luta das mulheres pelo reconhecimento de seus direitos é histórica, me parece, que esse é um momento de retomada das questões feministas em diferentes frentes da sociedade, um momento em que mulheres engajadas no Brasil e no mundo inteiro estão unidas para dar continuidade a uma luta antiga, que se estende ao longo da História e que não tem só um único objetivo como fim mas que pretende fazer desse mundo, através de cada vitória alcançada, um mundo mais justo ao longo do caminho.

Maria Casadevall (Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro)

Vogue: Você é vista como uma mulher dona de si. Qual o segredo?
Maria Casadevall: Buscar ser honesta com a minha natureza mais íntima, duvidar bastante de mim mesma, ser guiada pelos meus próprios valores e nunca ter medo do ridículo.

Vogue: Você se considera sensual?
Maria Casadevall: Penso que não devemos racionalizar muito sobre “ser ou não ser” sensual pois acredito que uma das fontes da sensualidade seja a despretensão (o exato momento em que não nos preocupamos com isso), e porque a espontaneidade é, definitivamente, sua matéria-prima.

Maria Casadevall (Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro)

Vogue: Como você cuida do seu corpo?
Maria Casadevall: Tenho apreço pelo movimento e pelo lugar que meu corpo ocupa no espaço, entendo o corpo como meu instrumento de trabalho. Gosto de dançar, embora eu não mantenha uma disciplina regular em relação à dança.
Também caminho bastante todos os dias, me faz bem ao corpo e ao espírito, assim como a yoga que preserva a forma física e aprimora a consciência corporal através da respiração e busca o equilíbrio entre o físico, o espiritual e o emocional. Estou em uma fase de reencontro com a prática.

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