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Jaru, 6 de maio de 2024

Focos de calor aumentam em Rondônia e Sipam não tem previsão de chuvas significativas

Com o tempo seco e o intenso calor, típicos deste período do ano em Rondônia, aumenta a incidência de queimadas, principalmente na área rural do estado. A fumaça é predominante no ar e a baixa umidade são fatores inconvenientes para a população. Segundo informações da Coordenadoria do Prevfogo, da superintendência regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e do Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no último mês os focos de calor já chegaram a 1.278 registros.

Em um comparativo com o mesmo mês em 2016, a diferença é de 126 focos a mais. Em Porto Velho, o mês passado registrou 613 focos, enquanto apenas nos primeiros seis dias deste mês já foram contabilizados 334. “Atendemos mais à área rural, unidades de conservação, além de assentamentos. Se nos primeiros seis dias já tivemos o quase o dobro do mês passado inteiro, a possibilidade é que no final de agosto a gente tenha o triplo de registros de julho”, diz o vice-coordenador do Prevfogo, Hélio Moreira. 

Em julho último, já foram realizados 64 combates pelas equipes, uma média de duas ações por dia. Com apenas quatro brigadas, sendo uma indígena no Sul do Amazonas e outras três distribuídas em Rondônia, em Machadinho do Oeste, uma no assentamento Joana Darc e uma em Porto Velho, os 52 brigadistas tentam atender à demanda.

Do total, 26 estão divididos entre a brigada do Sul do Amazonas e Joana Darc, e as outras duas contam, cada uma, com 13 homens. “Os 26 brigadistas do pronto-emprego, chegaram do Mato Grosso esta semana ao estado, e atendem em vários estados do país, por serem brigadistas mais experientes e com mais capacitação”, disse a coordenadora, Noberta Benarrosh.

Com a contenção de despesas do governo federal, Hélio Moreira adianta que foram bastante reduzidas as brigadas de Prevfogo. “De nove, passamos a ter somente quatro, e isso contando a parte Sul do Amazonas que também é gerenciada por aqui. É muito difícil combater nessa sequência de focos de calor e incêndios e sabemos que o trabalho não é o esperado pela população, mas fazemos o possível, atendendo prioritariamente às unidade de conservação do governo federal”, explicou.

Para a coordenadora, o problema é a falta de consciência do cidadão. “Além de poluírem o próprio ar, ainda prejudicam o solo que eles mesmos precisam para o plantio, e poderiam usar as folhas como adubo para a plantação”, enfatiza Noberta. 

Chuvas

Desde a última chuva significativa na região da capital, que caiu no dia 5 de junho passado, até esta terça-feira (8) não foi mais registrada nenhuma chuva em quantidade maior, a não ser pequenas chuvas isoladas. Já são 62 dias sem chuva em Porto Velho. 
Segundo Marcelo Gama, meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a umidade relativa do ar está cada vez mais preocupante, chegando em Porto Velho a próximo de 30%, e em estado de alerta na região Sul do estado, alcançando quase 20%. 

A previsão do Sipam é que nesta quarta-feira (9), aconteçam episódios de chuvas isoladas em Porto Velho e região do Vale do Jamari. A chegada de uma massa quente úmida detectada pelo sistema para quinta, pode favorecer a formação de nuvens e pancadas isoladas, que podem melhorar a qualidade do ar devido às queimadas, mas não devem aliviar o calor. “A tendência de chuva assim é deixar o tempo ainda mais abafado”, concluiu Gama.


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