Acusado de corrupção, vereador Junior Donadon renuncia mandato

Junior Donadon, que estava cumprindo o segundo mandato (2017-2020), foi preso no ano passado acusado de lavagem de dinheiro e extorsão. Neste ano o vereador chegou a tomar posse do cargo, mas não exerceu a função.

A carta de renúncia foi entregue na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira. No texto, Donando pede para sair do mandato já nesta data e que a Câmara comunique ao juiz eleitoral de Vilhena sobre a decisão dele.

Além do processo na Justiça, o vereador também é investigado por uma comissão processante da Câmara.

Segundo o vereador Rafael Mazieiro, que é relator da CPI, a renúncia de Donadon evita uma possível cassação do mandato. Além de Junior, o relator diz que a CPI investiga outros dois vereadores.

A CPI deve apresentar o relatório da investigação até o dia 3 de Junho.

De acordo com o advogado de Junior, Nelson Canedo, a renúncia foi feita para que o ex-parlamentar se dedique à família e ao processo que enfrenta na Justiça.

Caso

Junior Donadon foi reeleito vereador nas eleições do dia 2 de outubro de 2016. Ele foi o 5° mais votado da cidade e recebeu 1.057 votos, o que corresponde a 2,3% dos votos válidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

À Justiça Eleitoral, Junior Donadon declarou na época que teve R$20.716,59 em despesas contradas, mas o limite de gasto dele era de R$50.337,68.

Quando foi eleito, Junior era o atual presidente da Câmara de Vereadores. Porém, 24 dias depois da vitória nas urnas, Junior foi preso pela Polícia Federal (PF) em uma barreira montada na BR-364, no mês de outubro.

Conforme investigações da PF, o parlamentar fazia parte do esquema de corrupção que havia sido descoberto em Vilhena. Além de Junior, na época foram presos mais seis vereadores por receberem propina para aprovar loteamentos na cidade.

Quatro dias depois de ser preso, Junior Donadon pediu para sair da presidência da Câmara. Em meados de novembro, por não estar mais no comando da Casa de Leis, Donadon voltou ao quadro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e foi transferido para uma cela especial em Porto Velho.

Em março deste ano,o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) concedeu liberdade a Junior e mais dois vereadores.