O G1 monitora desde o dia 15 de julho os focos de queimadas registrados em Rondônia. Os dados são captados diariamente através do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O internauta pode acompanhar por meio de um gráfico o registro dos números e o quantitativo de pontos coletados pelo satélite de referência Aqua a cada dia. Nesta quarta-feira (21) foi registrado um foco em Porto Velho.
Confira abaixo as captações de focos de queimadas:
Foram registrados, entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano, 320 focos de queimadas. O número é 11,6% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior, tendo sido captados 362 focos em 2020.
Após janeiro, quando foram captados 47 focos de fogo, os números de queimadas registradas no estado passou a diminuir, a medida que o período chuvoso intensificava. No entanto, desde maio o satélite vem captando novos focos em um ritmo crescente, chegando a 131 no mês de junho e 258 somente nos primeiros 15 dias de julho.
O Inpe realiza medições desde 1986, após ter realizado um experimento de campo em conjunto com pesquisadores da Nasa. O sistema foi aperfeiçoado em 1998 após a criação de um programa no Ibama para controlar as queimadas no país. Os dados da série histórica estão disponíveis desde junho de 1998.
Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados satélites de órbita possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada.
Ciclo do desmatamento
As queimadas na Amazônia têm relação direta com o desmatamento. O fogo é parte da estratégia de “limpeza” do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado “ciclo de desmatamento da Amazônia”.
Após o fogo, o pasto costuma ser o primeiro passo na consolidação da tomada da terra. Nos casos em que a ocupação não é contestada e a terra é de qualidade, o próximo passo é a exploração pela agricultura.
O que provoca as queimadas?
Para haver fogo, é preciso combinar: fontes de ignição (naturais, como raios, ou antrópicas, como isqueiros ou cigarros); material combustível (ter o que queimar, como madeiras e folhas); e condições climáticas (seca).
Como a Amazônia é uma floresta tropical úmida, os incêndios mais recorrentes ocorrem quando a madeira desmatada fica “secando” por alguns meses e, depois, é incendiada para abrir espaço para pastagem ou agricultura. Segundo especialistas, um incêndio natural não se alastraria com facilidade na Amazônia.
As queimadas são apenas uma das etapas do ciclo de uso da terra na Amazônia. Depois do desmate, se nada de novo acontecer, a floresta pode se regenerar. Uma floresta secundária, no entanto, nunca será como uma original, mesmo que uma parte da biodiversidade consiga se restabelecer. Na prática, o que acontece é que a mata não tem tempo de crescer de novo.