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Jaru, 2 de maio de 2024

Professora nega ter agredido aluna de 5 anos dentro de escola, em RO

A professora acusada de agredir uma aluna de 5 anos com pancadas na cabeça e puxões de orelha, negou as agressões contra a criança durante depoimento Polícia Civil. As acusações foram feitas pela mãe da estudante, que alega ter visto a educadora batendo na menina dentro da sala de aula, em uma escola do Distrito de Nova Dimensão, localizado na zona rural de Nova Mamoré (RO), a 300 quilômetros de Porto Velho.

Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (27), a professora envolvida no caso, Stefania Carlos Ferreira, de 24 anos, declarou que não agrediu a aluna e que estava tentando ajudar a menina a concluir a tarefa escolar, antes de liberá-la para ir embora com a mãe.

“A mãe chegou para buscar a aluna umas 17h e ficou parada na porta. Eu fui na carteira dela para olhar se havia concluído, mas percebi que estava tudo errado e continuei explicando para que ela fizesse certo. A mãe invadiu a sala de aula gritando comigo, dizendo que eu estava maltratando a criança e me destratou na frente dos alunos. Pedi educadamente que ela se retirasse. Ela saiu me xingando e gritando no corredor. Em momento algum eu toquei na menina e não agredi ela de forma nenhuma”, comentou a educadora.

Stefania disse ainda que prestou depoimento na sexta-feira (24) e que registrou um boletim de ocorrência de calúnia e difamação contra a mãe da menina. Segundo ela, o sentimento sobre o caso é de tristeza, indignação e raiva.

“Não fiz nada disso. Já no outro dia após o ocorrido, fui comunicada que estava afastada da função. Fiquei péssima, pois fui acusada de uma coisa que eu não fiz. Ouvi comentários maldosos a meu respeito. Estou indignada, com raiva, triste, é uma mistura de sentimentos. Fiz uma ocorrência contra ela e vou representar também na Justiça, pois fui muito prejudicada com a repercussão que o caso tomou. Minha família e amigos ficaram do meu lado, porque sabem que eu jamais faria isso com alguém”, desabafou.

Caso
Um boletim de ocorrência foi registrado pela mãe da aluna na última terça-feira (21), na Delegacia de Polícia Civil de Nova Mamoré, localizada a cerca de 80 quilômetros do distrito.

Durante a ocorrência, a mãe relatou que foi buscar a menina na escola na última segunda-feira (20) e flagrou a filha recebendo pancadas na cabeça e puxões de orelha da professora. Ao questionar sobre o motivo das agressões, a educadora disse que era porque a aluna não sabia fazer uma tarefa escolar e gritou que a mulher se retirasse da sala de aula.

Revoltada, a mãe da menina procurou a direção escolar para cobrar providências, mas disse que foi orientada a registrar uma ocorrência contra a professora.

Ao G1, o delegado responsável pelo caso, Raimundo Mendes, informou que em depoimento, Stefania relatou que exerce a função de professora há dois anos e estava substituindo a professora titular no dia do ocorrido.

“Ela deu sua versão de como os fatos aconteceram e negou qualquer agressão à menina. A mãe veio novamente e quis retirar a queixa, alegando que não queria dar seguimento num processo criminal, porque já estava satisfeita com o afastamento da função. A menina teria que fazer o exame de corpo de delito nesta manhã, mas a mãe alegou  que a delegacia é um ambiente pesado e se negou a trazê-la”, comentou Mendes.

Sobre a direção escolar, o delegado contou que durante o depoimento, o diretor negou que tenha orientado a mãe da aluna a registrar o boletim contra a professora.

“O diretor disse que em momento algum orientou a mãe a nos procurar. A professora está afastada e os alunos estão sem aula no momento, pois a titular está acompanhando a mãe num tratamento de saúde em Porto Velho. Segundo ele, a professora envolvida já trabalhou na escola e nunca ouve reclamação dos pais sobre a conduta dela”, encerrou.

De acordo com a Polícia Civil, foi feito um termo circunstanciado e foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), onde a Justiça irá analisar e decidir o desfecho do caso.

A audiência sobre o caso está marcada para às 9h do próximo dia 19 de julho, no Fórum Nélson Hungria, em Guajará-Mirim (RO).


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