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Jaru, 3 de maio de 2024

Jaru: Entenda o esquema de corrupção na implantação de casas populares que culminou com condenações e operação da PF

 

Ao todo, três projetos do Programa habitacional do Governo Federal, “Minha Casa Minha Vida” foram utilizados para obtenção de vantagens indevidas pelo grupo formado por gestores públicos e empresários durante a administração do ex-prefeito Jean Carlos dos Santos.

 

As irregularidades foram consumadas nos projetos, porém os maiores prejuízos ao poder público, ocorreram nos empreendimentos que saíram do papel, Jardim Primavera e Jardim Europa.

 

O “Loteamento Tucumã”, teve sua efetivação interrompida e o processo cancelado,  na administração seguinte, após ser identificado direcionamento de licitação.

 

Proveniente disto, a justiça condenou o ex-prefeito Jean Carlos e o coordenador de licitação do Município que também é proprietário da empresa Pórtico Engenharia e Incorporação Ltda, Wilton Ferreira Azevedo Júnior, a sanções e multa por ato de improbidade consistente na fraude em licitação. (Veja aqui)

Processo n. 0000506-56.2015.8.22.0003

 

Jardim Primavera 119 casas

 

As irregularidades foram apontadas já na aquisição e revenda do terreno, uma área de 11 hectares a qual foi inicialmente adquirida por R$ 128 mil, e vendida poucos meses depois para o FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) da Caixa Econômica Federal, por R$1 milhão.

 

A escritura pública da área foi estranhamente lavrada em um Cartório de Registro na Comarca de Alvorado do Oeste, a Prefeitura de Jaru, regularizou a área em favor de uma empresa supostamente “laranja” que a vendeu para Caixa.

 

Neste empreendimento, Wilton Ferreira Azevedo, e sua empresa Pórtico Engenharia, pode ter figurado diretamente ou indiretamente, na elaboração do projeto, licitação e execução das obras.

 

Escritura lavrada um Cartório da Comarca de Alvorado do Oeste

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Jardim Europa 394 casas:

Seguindo os mesmos moldes e procedimentos realizado no residencial anterior, porém em maiores proporções, a área para implantação do loteamento foi adquirida pelos envolvidos, em uma localidade longe da sede do município, desobedecendo critérios e análises técnicas no âmbito do Planejamento Urbano.

Também é investigado aquisição de uma área total de 17 alqueires por R$ 350 mil a qual foi desmembrado apenas 5 alqueires e vendido a Caixa Econômica Federal por R$ 2 milhões.

 

A perícia da Polícia Federal apontou que o valor médio de mercado do local onde foi implantação o Residencial Jardim Europa, deveria ser de R$ 130 mil ao invés dos R$ 2 milhões, ou seja um superfaturamento de mais de 1.500%.

 

O Ministério Público de Rondônia por meio do promotor de justiça Dr. Adilson Donizeti de Oliveira, chegou expedir na época, duas recomendações para que o município se abstesse de prosseguir com as obras diante irregularidades apontadas, porém as recomendações foram ignoradas.

Residencial longe do perímetro urbano com área comercializada a 10 anos a R$ 2 milhões

 

 

A Polícia Federal, deflagrou nesta terça-feira (30), a denominada “OPERAÇÃO HABITAÇÃO INSULAR” que investiga os criminosos suspeitos dos crimes.

Entre eles são investigados, além dos dois mencionados anteriormente, ex-secretários, empresário e funcionário da Caixa Econômica Federal.

A operação cumpriu 08 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia, nas cidades de Porto Velho/RO, Ariquemes/RO, Jaru/RO e João Pessoa/PB.

Também foi deferido judicialmente o bloqueio de até R$ 3.792.012,21 e o sequestro dos bens dos alvos da operação.

Não foram realizado prisões, nesta ação.

 

 

 

 

 

 

 


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