Francisco Romário Brandão, de 23 anos, foi preso em Manaus, na manhã desta segunda-feira (7), suspeito de matar o menino João Miguel da Silva Cardoso. Ele confessou o crime para a polícia. O homem será indiciado por homicídio qualificado. O padrasto não quis comentar as acusações com a imprensa.
A delegada Patrícia Leão, plantonista da Depca, disse que o padrasto relatou, em depoimento, que agrediu o menino de 2 anos para que ele parasse de chorar.
“Ele confessa, mas disse que não teve intenção. Ele disse que estavam em uma festa e, de vez em quando, ia olhar a criança que estava com sono e colocava a criança para dormir na casa do vizinho. A mãe ficava na festa e ele foi lá três vezes. Uma dessas vezes a criança estava acordada, tinha vomitado e estava chorando muito. Ele disse que sentou em cima dela e colocou o joelho, mas que não tinha intenção de matar”, revelou a delegada.
O suspeito foi preso em flagrante na Rua Coletor, na Comunidade Parque Riachuelo II. Brandão foi levado para a Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Além das agressões no abdômen e tórax que causaram hemorragia aguda depois que órgãos internos foram lesionados, o menino sofreu afundamento de crânio. As lesões foram confirmadas em exame no Instituto Médico-Legal (IML).
Depois dos procedimentos, o suspeito irá para Audiência de Custódia. O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) definirá se o homem permanecerá preso.
Luana da Silva, de 21 anos, é a mãe do menino. Ela também foi ouvida na delegacia.
“Ele confessou que matou meu filho. Ele matou meu filho”, disse abalada a mãe depois de ser ouvida na delegacia.
Histórico de violência
Um amigo do casal revelou que Romário Barroso era violento e batia nos dois filhos que têm de outro relacionamento.
“Ele é ex-marido de uma prima minha e batia nos filhos deles. Não sei se ele era assim com João Miguel”, contou um auxiliar de serviços gerais, que prefere não ser identificado.
O pai e avó paternos disseram que já tinham pedido para criar a criança, mas a mãe havia recusado. “O João Miguel passava dias na minha casa, mas mãe ia buscar e dizia que o filho era dela”, disse a avó, a auxiliar de serviços gerais Vanderlita Alves Cardoso, de 35 anos.
Em depoimento, a mãe do menino disse que o relacionamento com Brandão ocorria há dois meses, e que ela não tinha presenciado o padrasto agredido o filho anteriormente.
“A mãe contou que o companheiro já tinha sido agressivo com ela, mas o padrasto não tinha demonstrado agressividade com criança”, comentou a delegada.
Fonte original: g1 am