A confusão começou porque fotos anteriores ao embarque mostram o empresário apenas com uma mala de mão, sem o travesseiro à mostra
Como se não bastasse ser acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões (cerca de R$ 52 milhões) ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista agora tem uma nova dor de cabeça: ele é acusado, nas redes sociais, de ter “surrupiado” o travesseiro da companhia aérea.
O Extra ouviu a American Airlines, comissários de bordo e um passageiro que viajou na mesma classe que Eike. E também comparou a foto do travesseiro oferecido pela compania aérea com a imagem do empresário carregando o objeto para a prisão e chegou à conclusão: Eike não “furtou” o travesseiro.
A confusão começou porque fotos anteriores ao embarque mostram o empresário apenas com uma mala de mão, sem o travesseiro à mostra. Porém, já no avião, Eike está com dois travesseiros: um ensacado e outro dobrado por cima, fora da embalagem. Ele teria, segundo um dos passageiros garantiu ao Extra, retirado a almofada da mala de mão que carregava.
Quando deixa o avião, o empresário sai carregando o travesseiro que estava fora do saco e entra no carro da Polícia Federal. O travesseiro é visto novamente nos braços de Eike quando ele deixa a prisão Ary Franco em direção a Bangu 9, onde está preso.
Desde que as imagens circularam na imprensa, a internet não para de se questionar sobre o item: seria mesmo do empresário? Ele teria levado o travesseiro da American Airlines (AA)? Há algo dentro do travesseiro de Eike? Veja as imagens:
O travesseiro da companhia aérea e o que Eike leva para fora do avião seriam distintos. O que o empresário carrega aparece sempre dobrado (aparentemente maior que o da AA) e tem uma fronha, diferente do travesseiro da empresa. Além disso, o item da companhia tem o nome “American Airlines” escrito em preto. Não é possível verificar se o mesmo nome aparece no travesseiro levado por Eike.
A American Airlines informou que não comenta sobre os passageiros e, portanto, não irá informar se a peça é mesmo da companhia. Lucio Ricardo, que foi gerente de imprensa da Varig por 40 anos, diz que os passageiros não podem levar qualquer pertence do avião.
– As pessoas gostam, principalmente, de ficar com os cobertores. Alguns até colocam em suas bagagens de mão. Mas isso é errado. O certo é perguntar para a tripulação. Na Varig, quando o passageiro viajava de primeira classe ou classe executiva e pedia, normalmente a empresa deixava levar como cortesia. Mas, repito, o correto é perguntar – afirma.
Desfeito o mistério do travesseiro, os advogados de Eike podem se concentrar apenas em explicar o pagamento de propina ao ex-governador Sérgio Cabral. Até porque o grude do empresário com o item é coisa do passado, já que os dois tiveram que se separar. A última vez que foram vistos juntos foi na portaria de Bangu 9, onde todos os artigos pessoais de Eike Batista ficaram retidos.