A ordem para censurar e recolher livros de autores consagrados, determinada pela Secretaria de Educação de Rondônia (Seduc), foi durante criticada nesta sexta-feira (7) pela Academia Brasileira de Letras (ABL), que emitiu nota para condenar o que considerou como “gesto deplorável que desrespeita a Constituição Federal.
Segundo documentos divulgados em redes sociais, houve a determinação do secretário Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, para recolhimento imediato de várias obras, entre elas Memórias Póstumas de Brás Cubas, Macunaíma, Agosto e Os Sertões, que já foram exigidos no Enem e vestibulares. Após a divulgação, Suamy alegou que sua pasta recebeu denúncias, montou comissão de investigação e uma servidora antecipou-se às decisões, que não foram tomadas.
Veja a nota da ABL
A Academia Brasileira de Letras vem manifestar publicamente seu repúdio à censura que atinge, uma vez mais, a literatura e as artes. Trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão. A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura.
É um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos. Esse descenso cultural traduz não apenas um anacronismo primário, mas um sintoma de não pequena gravidade, diante da qual não faltará a ação consciente da cidadania e das autoridades constituídas.