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Jaru, 6 de maio de 2024

Desmatamento na Amazônia cresce quase 30% entre agosto de 2018 e julho de 2019, diz Inpe

A área desmatada na Amazônia foi de 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com números oficiais do governo federal divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Trata-se de um aumento de 29,5% em relação ao período anterior (agosto de 2017 a julho de 2018) que teve 7.536 km² de área desmatada.

Os números divulgados nesta segunda-feira (18) são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. Ele é diferente do Deter, que mostra alertas mensais, e já sinalizava tendência de aumento.

Quatro destaques do levantamento

  • Alta foi de 29,5% em 12 meses: área passou de 7.536 km² (agosto/17 e julho/18) para 9.762 km² (agosto/18 – julho/19)
  • Foi a maior registrada desde 2008, quando o Prodes marcou 12.911 km²;
  • Representa um aumento anual de 11,4% desde o piso de 2012, quando o desmatamento havia caído para 4.571 km²
  • Ministro Ricardo Salles diz que principal motivo é prática de atividades econômicas ilegais

Período agosto – julho

O Prodes usa o intervalo entre agosto e julho porque ele abrange tanto as épocas de chuva quanto as de seca na região amazônica. Desse modo, envolve os momentos mais cruciais no “ciclo do desmatamento” e é capaz de identificar eventuais influências do clima. O desmatamento costuma ser seguido de queimadas.

A divulgação do dado foi feita durante evento em São José dos Campos (SP) e teve a presença dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, além do diretor do Inpe, Darcton Damião.

Foto aérea mostra uma parcela desmatada da Amazônia perto de Porto Velho — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Foto aérea mostra uma parcela desmatada da Amazônia perto de Porto Velho — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O levantamento do Prodes é realizado desde 1988. A informação publicada nesta segunda ainda é preliminar: como em todos os anos, o Inpe revisará o dado no primeiro semestre de 2020, e chegará à taxa consolidada.

O Prodes faz o mapeamento com imagens dos satélites Landsat, CBERS e ResourceSat. O sistema consegue quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. Também registra o chamado “corte raso” das florestas, que é a remoção completa da cobertura florestal primária. Segundo o Inpe, o nível de precisão do Prodes é de aproximadamente 95%.

Taxa de desmatamento da Amazônia desde 2000, segundo o Inpe

Área desmatada (km²)18.22618.22621.65121.65125.39625.39627.77227.77219.01419.01414.28614.28611.65111.6517.4647.4646.4186.4184.5714.5715.0125.0127.8937.8937.5367.5369.7629.7622000200120022003200420052006200720082009201020112012201320142015201620172018201905k10k15k20k25k30k

2006
● : 14.286
Fonte: Prodes

 

Desmatamento por estados

Com 3.862 km² de área desmatada, o estado do Pará teve a maior contribuição com o desmatamento da região. Foram 39,56% de toda a floresta derrubada.

Mato Grosso, Amazonas e Rondônia ultrapassaram os mil km² de desmatamento e foram, nesta ordem, os estados que mais contribuíram com o aumento da taxa de desmate atrás do Pará.

Desmatamento por Estado

Estado Prodes 2019 (km²) Contribuição (%)
Pará 3.862 39,56
Mato Grosso 1.685 17,26
Amazonas 1421. 14,56
Rondônia 1.245 12,75
Acre 688 7,05
Roraima 617 6,32
Maranhão 215 2,2
Tocantins 21 0,22
Amapá 8 0,08
Amazônia Legal 9.762 100

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