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Jaru, 5 de maio de 2024

Acusado de matar Nicinha em Rondônia é condenado a 15 anos

Foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, Edione Pessoa da Silva, acusado de ter matado a ativista Nilce de Souza Magalhães, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O crime ocorreu em janeiro de 2016, em um acampamento de pescadores localizado às margens da BR-364, na Zona Rural de Porto Velho.

O réu foi levado a júri na quinta-feira (23), na capital, e depois de quase 14 horas de julgamento, foi condenado por homicídio qualificado e ocultação do cadáver. O 1º Tribunal do Júri também condenou Leonardo Batista da Silva, pelo crime de furto, cometido após o assassinato.

A filha da ativista, Divanilce Souza Andrade, de 31 anos, disse ao G1 que nada que for feito agora trará a mãe de volta, mas que está satisfeita com o desenrolar das investigações. “Acho que a Justiça foi feita”, comentou ao falar da condenação de Edione. Sobre os motivos do crime, Divanilce afirmou que acredita na versão do acusado.

Nilce de Souza Magalhães, ativista do MAB foi assassinada ainda no início do ano (Foto: MAB/Divulgação)Ativista Nilce de Souza Magalhães foi assassinada
no início de 2016 (Foto: MAB/Divulgação)

“Havia um desentendimento entre ele e minha mãe, mas não acredito que seja relacionado ao MAB”, explicou.

Francisco Kelvin, um dos coordenadores do MAB em Porto Velho, disse que o movimento não está contente com a condenação de Edione.

Segundo ele, a condenação podia ser maior e ainda há muitas lacunas a serem investigadas. “As investigações devem continuar porque há mais pessoas envolvidas nesse crime”, afirmou.

A defesa de Edione, segundo nota da assessoria do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), sustentou a tese de negativa de autoria e pediu absolvição por falta de provas. Já Leonardo confessou ter furtado uma câmera que pertencia à vítima e alegou ter presenciado quando o corpo de Nicinha foi jogado ao rio, amarrado a uma pedra.

Ainda conforme o TJ-RO, a investigação apontou que Edione teria atirado em Nicinha com uma espingarda, motivado por desentendimentos anteriores. Em seguida, ele teria levado o corpo da vítima até a outra margem do rio e lançado o corpo, na presença de um sobrinho e do acusado Leonardo.


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