Foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, Edione Pessoa da Silva, acusado de ter matado a ativista Nilce de Souza Magalhães, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O crime ocorreu em janeiro de 2016, em um acampamento de pescadores localizado às margens da BR-364, na Zona Rural de Porto Velho.
O réu foi levado a júri na quinta-feira (23), na capital, e depois de quase 14 horas de julgamento, foi condenado por homicídio qualificado e ocultação do cadáver. O 1º Tribunal do Júri também condenou Leonardo Batista da Silva, pelo crime de furto, cometido após o assassinato.
A filha da ativista, Divanilce Souza Andrade, de 31 anos, disse ao G1 que nada que for feito agora trará a mãe de volta, mas que está satisfeita com o desenrolar das investigações. “Acho que a Justiça foi feita”, comentou ao falar da condenação de Edione. Sobre os motivos do crime, Divanilce afirmou que acredita na versão do acusado.
no início de 2016 (Foto: MAB/Divulgação)
“Havia um desentendimento entre ele e minha mãe, mas não acredito que seja relacionado ao MAB”, explicou.
Francisco Kelvin, um dos coordenadores do MAB em Porto Velho, disse que o movimento não está contente com a condenação de Edione.
Segundo ele, a condenação podia ser maior e ainda há muitas lacunas a serem investigadas. “As investigações devem continuar porque há mais pessoas envolvidas nesse crime”, afirmou.
A defesa de Edione, segundo nota da assessoria do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), sustentou a tese de negativa de autoria e pediu absolvição por falta de provas. Já Leonardo confessou ter furtado uma câmera que pertencia à vítima e alegou ter presenciado quando o corpo de Nicinha foi jogado ao rio, amarrado a uma pedra.
Ainda conforme o TJ-RO, a investigação apontou que Edione teria atirado em Nicinha com uma espingarda, motivado por desentendimentos anteriores. Em seguida, ele teria levado o corpo da vítima até a outra margem do rio e lançado o corpo, na presença de um sobrinho e do acusado Leonardo.