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Jaru, 22 de novembro de 2024

Sintero argumenta que retorno das aulas presenciais em Rondônia representa atentado à vida

O Sintero, como representante dos trabalhadores em educação de Rondônia vem a público reafirmar seu posicionamento em defesa da vida e contrário ao retorno das aulas presenciais no Estado durante o período de pandemia. Após mais de um ano desde o primeiro caso, o Brasil encontra-se na liderança entre os países com maior índice de mortalidade pelo vírus, alcançando a média de 3.000 mil óbitos diários.

Destaca-se que Rondônia tem sido pauta dos grandes veículos de comunicação em razão da superlotação de leitos de UTI e, consequentemente, devido à fila de espera de pacientes que aguardam para serem atendidos, mas que por falta de estrutura e profissionais foram transferidos para outros Estados em busca de tratamento contra o coronavírus.

Com a alta taxa de infectados, mortes e ocupação hospitalar, um possível retorno (precipitado, diga-se de passagem) das aulas presenciais pode ser julgado como uma tragédia anunciada e calculada. Assim como foi constatado em outros Estados, a volta às aulas pode contribuir para que haja aumento de contaminação de estudantes, trabalhadores em educação e de seus familiares, uma vez que não se tem a garantia do cumprimento dos protocolos de saúde no transporte escolar, no distanciamento orientado para salas de aulas e durante a merenda escolar. Além disso, não há confirmação da correta distribuição de proteção individual nas instituições públicas de ensino da mesma maneira que não há segurança de que os protocolos serão adotados com rigidez por todos.

Portanto, o Sintero afirma novamente que permanece contrário ao retorno das aulas presenciais até que haja vacinação em massa para toda a sociedade, com prioridade para os trabalhadores em educação, uma vez que essa ação é indispensável para o controle da pandemia. O Sintero também ressalta que grande parte da categoria no qual representa possui comorbidades. Logo, analisa o retorno das aulas presenciais, neste momento crítico, como altamente perigoso e letal, visto que o afrouxamento do distanciamento social em muitas localidades do país contribuiu para desencadear o verdadeiro caos no Sistema Público de Saúde. Por isso, reafirma que sua atuação é pautada na preservação da saúde e bem-estar de todos.

O Sintero ressalta ainda que ao longo do período de pandemia tem interagido com os pais e responsáveis pelos estudantes, membros de outros setores e com a sociedade civil organizada e reitera a preocupação generalizada por parte destes segmentos quanto à reabertura das escolas neste momento. Para expressiva parcela da população, a insegurança e o medo de um possível retorno das atividades escolares presenciais atribui-se aos altos índices de casos confirmados em Rondônia, que atingiu a marca de 198.513 mil pessoas, além dos 4.569 óbitos contabilizados. No último boletim da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) foram registrados nas últimas 24 horas mais 889 novos casos e 21 óbitos. Outro dado que chama atenção pelos pesquisadores é o fato de que em 2021 houve um deslocamento da incidência do vírus para faixas mais jovens. Entre janeiro e março, o número de óbitos disparou 353% entre pessoas de 30 a 39 anos, e 419% na faixa etária dos 40 a 49 anos, segundo o último boletim do Observatório Covid-19, da Fiocruz.

É de conhecimento de todos que a falta e dificuldade de acesso à internet e de equipamentos tecnológicos de povos indígenas, do campo e ribeirinhos é uma triste realidade em muitos municípios e distritos espalhados por Rondônia. Além disso, o Sintero reconhece que as aulas remotas não podem substituir a interação entre professores e estudantes nas salas de aulas. Entretanto, este novo modelo de ensino também é novidade para os trabalhadores em educação e tem gerado inúmeros desafios e imensa sobrecarga de trabalho para esses profissionais. No entanto, o Sintero argumenta que a atual conjuntura não permite que o retorno se efetive de modo seguro.

O Sintero convoca os governantes de todas as esferas para que atuem com mais contundência em ações assertivas, fundamentadas nas evidências científicas, e que priorize a vacinação para a população rondoniense nesta crise sanitária que trouxe e continua trazendo muito sofrimento para milhares de famílias. Também solicita a comunidade escolar para que busque discutir e reivindicar sobre assuntos que realmente merecem relevância, como a imediata vacinação para todos.

O sindicato também propõe uma reflexão sobre quais os reais motivos para que muitos desprezem os cuidados com a saúde e a vida e, neste momento de agravamento da pandemia em Rondônia, busquem promover maior circulação e aglomeração de pessoas em um ambiente que possibilita esta finalidade, como é o caso das escolas. O Brasil encontra-se desgovernado, sem políticas nacionais de enfrentamento ao coronavírus, onde os dados mostram estar bem distante de ser controlado. Deste modo, questiona-se quem serão os responsabilizados pelas vidas que serão colocadas em risco e aquelas que serão perdidas?

Ano letivo se recupera, vidas NÃO!

 

Fonte: Assessoria


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