Ao menos 40% das 3.040 mortes por Covid-19 registradas em Rondônia, desde o começo da pandemia, ocorreram nos 65 primeiros dias de 2021. É o que indica dados analisados pelo G1 conforme informações disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A primeira morte por Covid-19 foi registrada em Rondônia no dia 29 de março de 2020. Desse período até o dia 31 de dezembro, o estado contabilizou 1.817 vidas perdidas para a doença.
Já de 1° de janeiro a 5 de março de 2021, segundo dados da Sesau, o estado registrou mais 1.223 óbitos por coronavírus, chegando a 3.040 vítimas fatais. Com isso, o número de mortes só neste ano corresponde a 40,23%.
Um dos motivos para a alta de óbitos pode ser a circulação das variantes no estado. Em fevereiro, a Fiocruz confirmou que ao menos três cepas diferentes da Covid-19 já teriam sido encontradas circulando em Rondônia.
Essa opinião é a mesma de especialistas da saúde e até do secretário da Sesau, Fernando Máximo.
“Essas variantes agravam o quadro clínico da pessoa rapidamente. Lá no começo, uma pessoa demorava até oito dias para chegar na fase grave da doença. Agora isso acontece, às vezes, em até 48 horas [após a infecção pelo vírus]”, disse em entrevista à Rede Amazônica, na sexta-feira (5).
Óbitos por Covid-19 registrados em Rondônia ultrapassam a marca de 3 mil.
Com o agravamento rápido dos pacientes com coronavírus, muitos precisam ser intubados em UTI.
Avanço da tragédia
Conforme revelou o G1 na sexta-feira (5), o estado está no pior cenário da pandemia até agora. A rede pública de saúde está em colapso e a rede privada chegando a ele. Com isso, rondonienses precisam ser transferidos para outros estados por causa da fila de espera por leitos de UTI. A tragédia avança com rapidez e os espaços nos cemitérios estão se esgotando.
Abaixo, veja a cronologia dos óbitos por Covid em Rondônia:
- a primeira morte por Covid foi registrada em Rondônia no dia 29 de março de 2020,
- após 138 dias o estado chegou a 1.000 vítimas fatais,
- 156 dias depois, Rondônia chegava ao total de 2.000 vidas perdidas
- e demorou apenas 47 dias para chegar aos 3 mil mortos
Quando se trata da faixa etária, os dados apontam que idosos entre 70 e 79 anos são os que mais morrem desde março do ano passado.
Em quase um ano de pandemia, a doença chegou em crianças, jovens e adultos. Esse ano, no dia 18 de janeiro, uma mulher de 100 anos faleceu em Alta Floresta D’Oeste, na semana seguinte uma jovem de 17 anos de Chupinguaia entrava na estatística.