Com quase 2 mil vítimas da Covid-19 e mais de 400 pacientes internados com a doença em todo o estado, o Governo de Rondônia deve publicar um novo decreto com medidas mais rígidas de isolamento social, segundo informado em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (15).
Segundo Secretário de Saúde do Estado, Fernando Máximo, a ideia é que com as novas normas, o número de novas infecções diminua, e com isso se evite o colapso da rede pública de saúde.
“Infelizmente, temos que dizer, estamos à beira do colapso. Essa é a realidade. Os leitos foram criados, estão funcionando, o Governo conseguiu mais alguns leitos na rede privada, mas agora não tem mais. A rede privada está cheia, tanto da capital quanto do interior. A rede pública está cheia, temos ainda alguns poucos leitos para serem montados no Cero a depender de alguns médicos que estão chegando”.
Esse novo decreto está sendo criado após reuniões com o conselho que trata de assuntos relacionados à Covid-19 e com o comércio.
“Algumas pessoas não querem respeitar o próximo, não querem entender que podem transmitir o vírus, pegar de uma pessoa e transmitir para o seu vizinho, para o seu amigo. Infelizmente vai ter que ser feito através de decreto com mais restrição para que a gente possa tentar garantir leitos para os pacientes que vão precisar nos próximos dias. Infelizmente estamos colhendo agora os frutos das festas de Natal, de Ano Novo”.
Nesta sexta-feira (15), o estado tem 439 pacientes internados com a doença. O maior número registrado este ano e um dos maiores desde o início da pandemia. Apesar do alto número, Máximo garante que há estoque de oxigênio suficiente para atender a quantidade atual de pacientes.
“É óbvio que Manaus também achava que tinha oxigênio, mas aumentou tanto o número de pacientes que acabou não suportando. Manaus teve um decreto do governador alguns dias atrás, as pessoas não aceitaram aquele decreto porque era muito restritivo, brigaram pata que abrisse tudo e agora infelizmente estão colhendo alguns frutos ruins”.
Amazonas
Com o estado vizinho em situação crítica por causa da Covid-19, o secretário que Rondônia tem colaborado realizando atendimento a moradores de três municípios do Amazonas: Humaitá, Apuí e Lábrea.
“Não temos como não fazer isso, é uma questão humanitária, é uma questão de pensar no próximo, que são seres humanos. Estão divididos geograficamente porque estão em outro estado, mas estão aqui do lado, precisando, pertinho da gente”.
O Estado também se dispôs a receber recém-nascidos que precisem de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
“Pediram hoje que a gente atendesse eles com leitos de UTI Neonatal porque eles têm muitas crianças internadas lá e eles precisam esvaziar essas UTIs para colocar pacientes adultos. Estão mandando as criancinhas para o Brasil todo e nós vamos aceitar algumas também dentro das nossas possibilidades”.
O Ministério da Saúde informou, na tarde desta sexta (15), que adquiriu cilindros de oxigênio que devem durar 48h para manter 61 bebês prematuros em leitos de UTIs em Manaus. Por enquanto, esses pacientes devem ser mantidos na cidade.
Vacinação
Sobre a vacinação, o Governo ressaltou a compra de 1,2 milhão de seringas no final do ano passado, para garantir a imunização assim que for liberada pelo Ministério da Saúde. De acordo com o Secretário de Saúde, 68 mil doses devem chegar ainda em janeiro, mas não há uma data certa para o envio da vacina.