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Jaru, 23 de novembro de 2024

Transplante de rim entre irmãos é realizado no Hospital de Base

Catiane Marques, 35, que passou recentemente por um transplante de rim doado pelo irmão, Fernando Marques, 39 anos, tem quadro clínico estável, e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho. Eles são do município de Ouro Preto.

A cirurgia durou oito horas, e correu de acordo com o esperado, e segundo o coordenador da equipe de transplantes, o médico Achiles Queiroz Monteiro, a paciente continuará em isolamento e apenas os médicos e enfermeiros devem ter contato com ela. O procedimento, conforme o médico é necessário, pois envolve um período de muitos cuidados.

O período de 72 horas após o transplante é considerado o mais crítico, e apenas depois é que poderá ser avaliado o resultado da cirurgia. Duas equipes num total de sete cirurgiões conduziram os dois procedimentos cirúrgicos.

Por ser um caso raro registrado em Rondônia, o secretário de Saúde, Fernando Máximo, que também é médico, acompanhou parte da cirurgia que foi a primeira acontecer este ano.

“Transplante é prioridade na atual gestão, tivemos uma interrupção de três meses, mas a captação e o ambulatório nunca pararam, conseguimos resolver as questões relacionadas a exames e agora a meta é ultrapassar o número de transplantes do ano passado. O mais recompensador neste processo todo é ver que, por meio de um trabalho sério, é possível mudar a vida das pessoas”, enfatizou o secretário.

A cirurgia foi realizada na segunda-feira (9) e antes de entrarem no centro cirúrgico para o processo de retirada e implante do rim, os irmãos falaram sobre esse momento tão significativo para os dois.

“Quando eu descobri que estava com problemas nos rins, a situação já estava grave e o único tratamento era o transplante. Ainda fiz o tratamento conservador por um tempo, e para entrar para a fila do transplante iniciei a hemodiálise conforme é exigido, mas só o transplante poderia me ajudar a ter uma vida normal”, explicou Catiane Marques momentos antes de fazer a cirurgia.

Os irmãos repetiram o teste de histocompatibilidade através do ambulatório da Central de Transplantes Estadual, que deu compatível, possibilitando assim, a doação entre parentes. A partir daí foi realizado uma bateria de exames para saber se ambos estão aptos a passar pelo procedimento.

Fernando Marques, que é mecânico disse que ao saber do resultado, não hesitou em fazer a doação: “Não pensei duas vezes, se ela precisava e eu podia ajudar, jamais deixaria de fazer isso por ela”, afirmou. Fernando também passa bem, continua internado no Hospital de Base, mas no ambulatório.

De acordo com a nefrologista, Nídia Miranda, ele será acompanhado por no mínimo um ano. “Ele ainda fica em observação por alguns dias, até que todas as funções normais estejam restabelecidas e depois ele fará acompanhamento pelo ambulatório de urologia”, detalhou.

A médica ainda explica que no caso da irmã que recebeu órgão, os cuidados são redobrados para evitar infecções e rejeição, por isso ela precisa tomar imunossupressores por um longo período.


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