O estado de Rondônia teve uma queda de 18% no número de mortes violentas ao longo dos últimos dois anos. É o que mostra o índice de homicídios do Monitor da Violência, um projeto criado pelo G1 com base nos dados oficiais da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec).
Em 2017 foram registradas 508 mortes violentas no estado, entre homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Já em 2018 foram 448 mortes e, em 2019, esse número caiu ainda mais: 416 assassinatos.
Os dados do Monitor da Violência apontam que, em 2019, foram:
- 216 mortes no primeiro semestre em Rondônia, sendo a maioria;
- janeiro e outubro foram os meses mais violentos: cada um deles registrou 44 execuções;
- dezembro foi o mês menos violento em Rondônia, com 25 mortes;
- agosto foi o segundo mês com menos homicídios: 26
- em dezembro não houve latrocínio
Razões para a queda
Integrantes e ex-integrantes dos governos e entidades acreditam que algumas medidas foram essenciais para a redução das mortes ao longo de dois anos, como:
- isolamento ou transferência de chefes de grupos criminosos para presídios de segurança máxima
- integração entre as forças de segurança e justiça
Homicídios de grande repercussão
Entre os 416 homicídios do ano passado, um dos casos que mais geraram repercussão foi a do procurador Sidnei Sotele, atacado a tiros na frente da Câmara dos Vereadores de Cacoal.
Teve ainda o assassinato duplo, de mãe e filho, em um loteamento de Porto Velho. Gustavo Henrique, de 7 anos, foi morto por uma tia adolescente. Na ocasião, a mãe dele foi morta a facadas e ainda teve o bebê arrancado da barriga.
Outro caso que gerou protestos foi o feminicídio da professora Joselita Félix, morta a pauladas pelo ex-marido. Segundo investigação na época, Welington Aparecido não aceitava o fim do relacionamento com Joselita.
Joselita Felix foi morta pelo ex-companheiro em 2019 — Foto: Facebook/Reprodução
Como o levantamento é feito
A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque é mais difícil obter números em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais.