Pequena vila que foi crescendo com a construção da estrada de ferro, Porto Velho completa 105 anos nessa quarta-feira (2). Com criação oficial nesta data, a cidade já se instalava alguns anos antes, devido à movimentação dos trabalhos realizados no início histórico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM).
Nascida das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da EFMM, curiosidades acerca da sua expansão formam o desenvolvimento do Estado. Antes, cidade pacata, sem luz elétrica, hoje metrópole, como ressaltou o historiador Anísio Gorayeb, servidor público do Estado de Rondônia há 36 anos. “Rondônia é um Estado pujante, hoje tem boa estrutura de Governo. Por mais otimista que eu fosse, jamais imaginei chegar na idade que estou, com 64 anos, e ver uma metrópole, uma cidade verticalizada, uma cidade bonita”, destacou o historizador.
A Estrada de Ferro Madeira Mamoré é patrimônio histórico do Estado
Porto Velho, cidade com quase 540 mil habitantes, entre suas principais vias, teve desde o princípio a influência de outros países em seu crescimento, como a Avenida Farquar, que abriga o Centro Político Administrativo do Estado, uma das primeiras ruas da cidade, com nome do norte americano Percival Farquhar, empresário que construiu a ferrovia Madeira Mamoré. A construção da Estrada de Ferro atraiu trabalhadores do mundo todo, o que fez surgir um pequeno povoado, chamado Distrito de Humaitá, na época município do Amazonas. Segundo Anísio, Porto Velho era município do Amazonas e em 1914 tornou-se capital do Território do Guaporé (Rondônia desde 1981).
Como o empreendimento da ferrovia Madeira Mamoré movimentava recursos financeiros, gerando emprego e renda, houve grande êxodo na região e muitas pessoas se deslocaram para o antigo distrito, hoje Porto Velho. O principal influente da origem do município é o Rio Madeira. “Nós existimos aqui por causa do Rio Madeira. Em 1907 quando começou essa grandiosa obra da Ferrovia Madeira Mamoré, o mundo não tinha avião, nem carro. Sem estradas, o meio de transporte do mundo eram trens e navios. Esse rio fez com que chegasse aqui os trabalhadores para fazer a ferrovia”, contou Anísio.
Hoje pela hidrovia do Madeira escoam grandes produções de todo o Estado e cerca de 70% das riquezas produzidas, como grãos, carne, peixe, leite e laticínios, segue com destino a outros estados e países, pelo Oceano Atlântico.
“Rondônia é diferenciado, um Estado em franco desenvolvimento, que cresce acima da média do país. Passou a Estado em 1981, com uma população de 590 mil, hoje nós somos 1,8 milhão. Vejo a minha capital Porto Velho hoje como uma cidade que tem tudo que uma grande cidade tem. Mas, não basta só dizer, eu amo Porto Velho, o cidadão tem que fazer a parte dele também, não basta só cobrar, tem que saber que tem dever também”, concluiu o historiador, que nesta quarta-feira, recebe um reconhecimento da Prefeitura, por sua contribuição ao desenvolvimento e valorização da cultura no município de Porto Velho.