Fenômeno pop no Brasil, Wesley Safadão levou seu forró do Ceará para todo o país e quer mais! Ele acaba de lançar o primeiro DVD gravado fora, o WS in Miami Beach, e afirma que este é sim um começo para trilhar um caminho internacional. “Penso nisso, é um projeto, está nos planos. Eu e minha equipe estamos terminando de selecionar os maiores sucessos e ver como ficam em outra língua”, diz ele, que admite preocupação de cantar em outro idioma. “Depois que a gente fica velho, é difícil aprender a língua. O espanhol é mais fácil”, comenta ele, em entrevista exclusiva para QUEM.
Casado com Thyane Dantas, com quem tem Ysis, de 3 anos, e pai ainda de Yudhy, de 5, o cantor diz levar uma vida tranquila e regrada, bem diferente da vida narrada em suas canções, de muita curtição e bebedeira, como “Meu Coração Deu PT”, “Solteiro de Novo” e “Se Esconder Ela Não Acha”. “Eu canto (sobre isso), esse é meu trabalho, mas eu tenho um formato diferente. Meu camarim é tranquilidade, ali é meu trabalho. Não é uma brincadeira. Eu gosto de chegar com antecedência, atender bem as pessoas e subir ao palco concentrado. Tudo isso reflete no resultado final”, conta.
QUEM: Como foi gravar o DVD em Miami Beach? Teve um clima diferente?
Wesley Safadão: Tem sim um clima diferente, uma energia… Antigamente, quando fazia shows em São Paulo e no Rio, cantava repertório de 2 anos atrás. Pensava que fora do país seria assim. Mas, não, pelo contrário. Foi surpreendente. Fiz um pré-lançamento de quatro músicas, entre elas, ‘Ressaca de Saudade’, ‘Decreto Liberado’, ‘Quem Bate Também Chora’ e ‘Ar Condicionado no 15’. Lancei na internet 15 dias antes, pois a intenção era começar o DVD com elas. E quando cheguei lá, todos estavam superafiados, tanto os brasileiros que foram pra lá, quanto os que moram lá. E isso me ajudou muito. Eu monto meu show na hora, não tenho nada certo. Meu plano era: se as pessoas não cantassem a primeira música nova, eu mudaria. Funcionou bacana demais.
QUEM: Como funciona a comunicação com a banda se tudo é decidido na hora por você?
Wesley Safadão: Minha banda é ligada nos 220v. Meu microfone tem uma comunicação com a banda. Quando está acabando a música, eu aviso a próxima. Enquanto canto uma música, já estou com três na cabeça. Eu sempre tive uma tese, nos primeiros 30, 40 minutos, eu tenho que arregaçar. Na metade do show, lanço alguma coisa, sem deixar despencar. E tenho que encerrar bem para deixar um clima legal. Eu sempre mantenho esse nível.
QUEM: Você apresentou o novo visual nessa gravação. Como foi a decisão de cortar os cabelos?
Wesley Safadão: Eu cortei meu cabelo duas semanas antes da gravação. Meu empresário, minha mãe e minha esposa não eram de acordo. (O cabelo longo) era uma marca minha. Cortei e só algumas pessoas notaram. Fiquei duas semanas fazendo shows usando boné para não revelar. Fiquei feliz com o resultado. Só depois do show do DVD que tive a dimensão da repercussão. Teve até meme com Dilma, com Thammy (Miranda).
QUEM: Fazer um DVD em Miami nos faz pensar em carreira internacional. Esse é o caminho?
Wesley Safadão: Penso nisso, sim, é um projeto, está nos planos. A gente vive no Brasil, que é como um continente. Têm artistas que fazem sucesso na região Centro-Oeste e não sobem pro Nordeste nem vão para o Sul. E vivem muito bem assim. E outros que vivem muito bem fazendo sucesso só no Nordeste, como eu. Para mim, estourar era no Nordeste e fazer shows lotados em casas especializadas como o Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo. Não passava disso. O que me ajudou foram as participações como com Matheus & Kauan, que regravou duas músicas nossas, e Bruno e Marrone, que fez participação em ‘Tentativas em Vão’. Eles sabiam da força lá, mas essas músicas não tinham chegado aqui. Foi bem legal essa transição.
QUEM: E parcerias internacionais?
Wesley Safadão: Tudo é um processo. Depois que a gente fica velho, é mais difícil aprender a língua. O espanhol é mais fácil. É uma pretensão, sim, a gente tem terminado de selecionar os maiores sucessos e ver como ficaria na língua, batida, e tal… Fizemos show na Europa e foi muito legal. Principalmente o primeiro show, em Portugal, e os portugueses curtem muito, existe uma facilidade da língua. Nos Estados Unidos isso já é mais fechado, difícil. O americano olha pra gente e pensa que é só mais um. Na Europa, não. Sinto uma abertura. Se você me perguntar se eu quero (fazer sucesso) tanto lá quanto aqui, é lógico que quero. Mas ir pra fora e perder o que conquistei aqui, prefiro continuar aqui. É o meu foco.
Wesley Safadão: Eu já cantei muita música para cabaré e rapariga… Agora eu paro para pensar: ‘Isso vai entrar na casa de A, B, C, D? As crianças vão ouvir?’ Eu sou pai e não quero que meus filhos escutem certas coisas’. Tenho essa preocupação de pensar se todas as idades vão poder ouvir minha música. Não por conta de religião e família.
QUEM: Muita gente pergunta se você vai cantar música gospel…
Wesley Safadão: Eu não tenho essa pretensão. Sou cristão e faz 2 anos que frequento a igreja. Não era batizado e me batizei há pouco. Por isso, a curiosidade agora. Gosto muito de ouvir (música gospel), me traz tranquilidade e paz. A gente vive numa loucura muito grande. Eu canto (sobre curtição), esse é meu trabalho, mas eu tenho um formato diferente. Não criticando meus amigos, mas eu entro em alguns camarins e os caras estão lá com muita bebida, som nas alturas. Eu não, meu camarim é tranquilidade, ali é meu trabalho. Eu busco ser profissional. Antes de virar cristão, eu já tinha esse pensamento. Ali é o meu trabalho. Não é uma brincadeira. Não posso chegar num escritório e estar um som alto. Busco chegar com antecedência, atender bem as pessoas e subir ao palco concentrado. Tudo isso reflete no resultado final.