Em entrevista ao FOLHA DO SUL ON LINE, na tarde de ontem (terça-feira, 08), um profissional de saúde de Vilhena revelou: é desesperadora a situação do Hospital Regional, que atende pacientes de várias cidades do Cone Sul e do Noroeste do Mato Grosso. Na segunda-feira, com a presença de promotores de justiça, prefeitos da região e secretário-adjunto de Estado da Saúde, Luiz Eduardo Maiorquim, tentou-se encontrar uma solução para enfrentar o caos no sistema local, que afeta vários outros municípios.
Ontem, ao se reunir novamente com o prefeito Zé Rover (PP), Maiorquim ouviu a mesma proposta apresentada ontem: a devolução do Regional para o Estado. E, novamente, o secretário recusou, alegando que a única ajuda que a Sesau pode oferecer é no campo da gestão.
Neste momento, segundo o entrevistado, que preferiu não se identificar, não é possível fechar as escalas de plantões em várias especialidades, principalmente no pronto-socorro. Segundo ele, tal situação decorre da falta de médicos, já que seis deles pediram demissão recentemente – quatro, inclusive, já teriam apresentado a carta anunciando a saída do serviço público.
Conforme o denunciante, os médicos resolveram sair por dois motivos: primeiro, as condições de trabalho, que pode levar a erros de procedimento, como a falta de materiais e medicamentos; segundo, o não cumprimento do valor combinado pelos plantões, já acertado com a Semus. “Hoje, um médico ganha R$ 6.400 por 40 horas de trabalho”.
INÍCIO DA CRISE
O próprio secretário-adjunto, na conversa com Rover, ao apresentar ao prefeito alternativas administrativas para minimizar a crise na saúde, teria dito que o maior erro dele foi investir na realização de cirurgias de alta complexidade em Vilhena. Segundo seu raciocínio, se investisse apenas no atendimento básico (o famoso “feijão com arroz”), o município teria poupado recursos. O correto, de acordo com o raciocínio de Maiorquim, seria o encaminhamento destes pacientes para o sistema estadual.