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Jaru, 25 de abril de 2024

Vacina anticâncer mata tumor e gera imunidade em estudos preliminares

A vacina experimental contém vírus modificados, chamados oncolíticos, e já se mostrou eficaz em camundongos

Uma equipe de cientistas de Montreal, no Canadá, está desenvolvendo uma vacina anticâncer revolucionária, que infecta e destrói especificamente as células cancerígenas sem tocar nas células saudáveis. A vacina experimental contém vírus modificados, chamados oncolíticos, e já se mostrou eficaz em camundongos.

Em um estudo publicado na revista científica Nature, os pesquisadores mostram como eles criaram uma vacina personalizada eficaz, combinando vírus oncolíticos com pequenas moléculas sintéticas (peptídeos) específicas para o câncer alvo do estudo.

Para que uma vacina induza uma resposta imunológica, ela deve conter elementos que estimulem as células do sistema imunológico, os famosos glóbulos brancos”, explica Marie-Claude Bourgeois-Daigneault, pesquisadora do Centro de Pesquisa do Hospital da Universidade de Montreal (CRCHUM), que comanda o estudo.

Esses vírus podem até estimular o sistema imunológico para que fique bem armado, com o fim de reconhecer e matar células malignas. Isso é conhecido como imunoterapia.

“Esses elementos, chamados adjuvantes, são ingredientes de todas as vacinas. Eles permitem que o corpo humano perceba o perigo potencial e contenha a ameaça, enviando seu exército de células imunológicas. Nossa abordagem consiste em usar vírus oncolíticos para estimular essa resposta imune e direcioná-la ao câncer”, afirma a pesquisadora.

“A vantagem da nossa abordagem é que os próprios vírus oncolíticos têm o poder de matar o câncer. Podemos, assim, atacar o câncer em duas frentes: matá-lo diretamente com o vírus e induzir uma resposta imune, graças não só ao vírus, mas também à vacina. Em camundongos, pudemos demonstrar a eficácia da imunização resultante”, explica.

Segundo a pesquisadora, as outras vacinas anticâncer personalizadas clinicamente testadas até agora não usam vírus oncolíticos como adjuvantes de vacinação. Portanto, seu adjuvante não tem efeitos anticâncer diretos, ao passo que, na vacina de Montreal, os vírus podem destruir a doença.

O principal desafio agora é identificar as mutações, já que o câncer é único em suas dezenas ou centenas de mutações, mas apenas algumas delas, uma vez direcionadas, terão um efeito terapêutico para eliminá-lo totalmente.

A identificação dessas mutações é a etapa fundamental que ainda precisa ser otimizada. Felizmente, muitos grupos estão trabalhando nessa área”, diz a coordenadora da vacina, otimista. (SNB)

 

Fonte: diariodaamazonia.com

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