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Jaru, 23 de novembro de 2024

Vaca dá à luz trigêmeos em Rondônia: ‘dois já é incomum e três nem se fala’, diz veterinária

Vaca dá à luz trigêmeos — Foto: Reprodução

Vaca dá à luz trigêmeos — Foto: Reprodução

O que era para ser uma gestação normal se tornou um evento raríssimo: uma vaca deu à luz três bezerros de uma só vez. O caso aconteceu na propriedade rural de Isabel Soares Lopes em Alvorada do Oeste (RO) na última semana.

“Dois já é bem incomum e três então nem se fala né?”, relata a professora doutora Evelyn Rabelo, atuante no Departamento Acadêmico de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Rondônia com especialidade em reprodução animal.

Segundo a professora, o comum é que em bovino ocorra apenas uma ovulação. Em casos de inseminação artificial é possível fazer a manipulação hormonal e propiciar as ovulações múltiplas. No entanto, a vaca gerou os trigêmeos em um processo natural.

Isabel, dona da propriedade, contou que durante a sua rotina de ordenhar as vacas percebeu que um  dos animais tinha nascido. Ele era mais pequeno que o normal, ”mas até aí tudo bem”.

No dia seguinte, pela manhã, ela foi novamente para ordenha e percebeu que outro bezerro tinha nascido, mas achou que ele era de outra vaca que também estava prenha. No entanto, o animal ainda não tinha dado à luz. Isso fez ela se preocupar, não com a vaca, mas com a sua saúde mental.

“Eu comecei a ficar preocupada comigo mesmo. Eu vi dois bezerrinhos, agora a vaca não criou, mas nem imaginei que podia ser gêmeo. Pensei: ‘meu Deus eu vou ter que consultar porque não estou normal'”, diz a produtora rural.

A situação foi comprovada pela presença do sobrinho de Isabel, que foi até o local ajudar.

“[Ele gritou] ‘tia, são dois bezerrinhos’. Aí eu falei: ‘uai, gêmeos? ‘Aí passou um momento, ele gritou novamente: ‘tia, são três bezerros’. Aí quando fui ver era tudo dela”, relembra.

Segundo a professora doutora Evelyn Rabelo, além do caso ser raro, outras situações incomuns podem ocorrer em gestações de gêmeos, como a “masculinização” da fêmea, caso os bezerros sejam de sexos diferentes.

“É uma patologia que a gente chama de freemartinismo. Enquanto os bezerros estão na mãe, pode ocorrer troca de células sanguíneas entre eles, troca de hormônios, e aí a gente pode ter o que a gente chama de ‘masculinização’ da fêmea. A fêmea não fica apta à reprodução, ela fica como se fosse um macho, mas com algumas características femininas”, relata.

Um exame deve ser feito quando os bezerros estiverem grandinhos, para que se comprove se existe ou não a patologia. Enquanto isso eles estão bem e saudáveis.

G1


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