As internações por doenças respiratórias deverão aumentar durante a “temporada do fogo” na Amazônia, que ocorre geralmente a partir de junho e julho. De acordo com relatório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) divulgado nesta segunda-feira (8), quanto mais queimadas na floresta, maior será a poluição do ar. O número de pacientes nos hospitais já sobrecarregados pela Covid-19 irá subir nos próximos meses.
Hoje, na Amazônia, uma área de 4,5 mil km² – equivalente a três vezes o município de São Paulo — está pronta para queimar, de acordo com o relatório. Esse é o resultado das derrubadas do fim de 2019, com a soma do que foi desmatado em 2020. Essa vegetação pode virar fumaça com a chegada da estação seca.
Quatro estados concentram 88% da área desmatada e que ainda não foi queimada: Pará (42%), Mato Grosso (23%), Rondônia (13%) e Amazonas (10%). “O fogo é o próximo passo no processo de conversão de uma floresta em outro uso da terra, como pasto”, explica a diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar.
A preocupação com a saúde pública é um reflexo do que ocorreu em 2019, quando os municípios que mais queimaram na Amazônia apresentaram o ar 53% mais poluído, em média, em relação a 2018.
O Ipam cobra que as autoridades responsáveis tomem medidas contra o aumento do fogo na região: “Uma não ação dos poderes públicos na prevenção do desmatamento e das queimadas poderá representar perdas de vidas humanas para além das previstas com a pandemia”, afirmou Paulo Moutinho.
fonte:g1.globo