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Jaru, 22 de novembro de 2024

Servidores do Hospital de Base denunciam reutilização de EPI´s descartáveis no combate ao coronavírus

“Estamos trabalhando com capotes (aventais) descartáveis em pacientes contaminados ou suspeitos de Covid-19, e ao invés de descartar estamos tendo que reutilizar o capote”, denunciou uma profissional do Hospital de Base – HB.

Enfermeiros e técnicos de enfermagem do Hospital de Base, em Porto Velho, denunciaram ao Diário da Amazônia que estão trabalhando em meio à pandemia da Covid-19 sem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado.

Na linha de frente no combate à proliferação do coronavírus, a categoria está frequentemente exposta à doença respiratória que contaminou 241 mil brasileiros e, de acordo com dados divulgados pelas secretarias estaduais de saúde nesta segunda (18), já causou 16.118 mortes.

Segundo as fontes entrevistadas pela reportagem, no preocupante contexto, o tratamento que o Hospital de Base tem cedido aos seus profissionais é exemplo de descaso. Sem a proteção recomendada pelos órgãos sanitários, os trabalhadores da unidade hospitalar estão sendo obrigados a reutilizar os equipamentos descartáveis durante todo o plantão.

Uma técnica de enfermagem, que teve seu nome ocultado por receio de retaliação, está entre os trabalhadores afastados da função após apresentarem os sintomas do coronavírus. Ela não tem dúvida que a ausência do material adequado a tornou mais suscetível ao vírus. Ela afirma que os trabalhadores cumprem a jornada de 12h apenas com um material de proteção.

“ O pessoal que entrega o Epi’s só entrega um capote para cada técnico e esse capote é usado 12h que é o plantão nosso, mas! trabalhamos em clinica que tem outros pacientes que não são contaminados ai temos que retirar esse capote e pendurar e deixar esse capote contaminado no corredor pra ser reutilizado”, disse.

Uma profissional que também não quis se identificar, disse que ao buscar informação sobre a reutilização dos equipamentos na capacitação do hospital, foi informada que a direção do HB foi nas clinicas e orientou a todos que os materiais usados não deveriam ser reutilizados e que após o uso deveriam ser desprezados e trocados, mas que a recomendação não estava sendo atendida pelo almoxarifado, que informou “ que é só um capote para cada técnico de enfermagem que não tem o suficiente”.

Procurada pelo Diário da Amazônia, a SESAU informou que todos os EPI’s são entregues conforme a necessidade de cada profissional, caso seja necessário à troca de qualquer EPI, essa troca é feita. A Secretaria ressalta ainda que devido a dificuldade de compra desses EPI’s, a entrega para os servidores está sendo de forma racionada, controlada, mas nenhum servidor fica sem seus equipamentos de proteção individual durante seu plantão, e quando se tem necessidade de troca, essa troca é realizada sim.

Por Redação DIÁRIO DA AMAZÔNIA


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