O jovem de 18 anos suspeito de cometer o ataque ocorrido em uma creche no município de Saudades, a 446 km de Florianópolis (SC), pode ter alta médica amanhã, segundo boletim médico divulgado hoje pelo Hospital Regional do Oeste, em Chapecó. Internado desde o dia do ataque, ocorrido na última terça-feira (4), o jovem deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da unidade de saúde na sexta-feira (7).
O atentado que matou três crianças e duas mulheres aconteceu na CEI (Centro de Educação Infantil) Pró-Infância Aquarela, voltado para crianças de até 3 anos. Elas foram golpeadas com um tipo de facão. Após o ataque, o jovem tentou se matar com a arma branca, mas foi impedido por populares.
“O paciente está com boa evolução clínica e cirúrgica, com provável critério de alta hospitalar a partir de amanhã”, informa o boletim. O boletim ainda detalha que o suspeito “apresenta melhora clínica satisfatória, aceitou dieta por via oral nos últimos dois dias, não está mais dependendo de suporte com oxigênio, retirado o dreno torácico e serão retirados drenos do abdômen, cervical e perna esquerda no dia de hoje”.
Também será avaliado hoje a possibilidade de “remover a cânula metálica de traqueostomia concomitante” do jovem. Já o bebê de 1 ano e 8 meses que sobreviveu ao ataque recebeu alta ontem no Hospital da Criança Augusta Muller Bohner, em Chapecó. Na saída da unidade de saúde, profissionais prestaram homenagens a ele ao som do Coral Mensageiros da Alegria.
Suspeito tinha perfil reservado
Segundo a Polícia Civil, o suspeito de cometer o atentado tinha o perfil reservado e vinha sofrendo bullying na escola. A apuração inicial dos policiais também aponta que o homem de 18 anos vinha maltratando animais e não queria mais ir à escola, onde cursava o ensino médio.
Ainda de acordo com a polícia, o jovem portava duas armas brancas, mas apenas uma delas teria sido utilizada no ataque. Ambas teriam sido compradas há pouco tempo. De acordo com o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Jeronimo Marçal, o jovem chegou a afirmar que usaria os instrumentos para maltratar um animal de uma familiar.
“Ele brincou com ela que era para maltratar o bichinho que ela tinha em casa. Ninguém imaginava que ele faria isso”, declarou ele, em contato com UOL.
Pedido de prisão preventiva
A Justiça catarinense acatou o pedido do MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) para decretar a prisão preventiva do suspeito. A confirmação da prisão preventiva foi feita pelo delegado Marçal.
O delegado anunciou também que pediu o indiciamento do suspeito por cinco homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, por meio cruel e sem possibilidade de defesa às vítimas) e uma tentativa de homicídio, já que uma das crianças sobreviveu.
Fonte: UOL