Comunicador, estudante de enfermagem e vice-presidente da Associação Indígena da Aldeia Bejarana. Tiago Karitiana é um jovem indígena com milhares de seguidores nas redes sociais, onde posta conteúdos humorísticos que ajudam a quebrar estereótipos sobre a cultura indígena. Na segunda-feira (21), o jovem teve uma breve participação no “Falas da Terra”, programa exibido pela TV Globo.
“Levar o nome do meu povo dentre tantos outros povos para ser visto em nível nacional é uma coisa que me enche de orgulho, que eu não consigo explicar”, comentou.
Tiago Karitiana carrega muitas responsabilidades, mas é conhecido nas redes sociais pelos conteúdos cheios de sátiras e críticas sociais, que ajudam a desmistificar ideias e conceitos equivocados sobre os indígenas.
O humor foi uma estratégia para conquistar o interesse do público para os conteúdos do seu povo. Nas redes sociais ele fala sobre pautas ambientais e direitos indígenas, principalmente a representatividade em universidades e cursos de nível superior.
“Apesar das políticas públicas que existem hoje, [a presença de indígenas na universidade] é algo que precisa crescer para que se tenha cada vez mais pessoas capacitadas para defender a causa indígena em outras áreas”, pontua.
Os vídeos nas redes chamou a atenção dos produtores do programa, que entraram em contato convidando Tiago para uma participação.
Comunicação contra a desinformação
Criado em Porto Velho, parte na cidade e outra na Terra Indígena Karitiana, o indígena se mudou aos 15 anos para o Rio de Janeiro com o objetivo de estudar. Foi quando Tiago percebeu que muitos amigos carregavam desconhecimento a respeito dos povos indígenas, o que o motivou a usar as redes sociais como meio de compartilhar desmistificar essas informações.
“Muitos se surpreendiam pelo fato de eu falar bem português, pelo fato de eu estar estudando numa escola boa, saber mexer no celular, usar tecnologia, enfim. Aí eu comecei a falar sobre isso, somente para os meus amigos e foi começando a crescer, tomei gosto pela coisa, continuei postando”, conta.
Segundo Tiago, a comunicação é uma maneira não só de divulgar a cultura indígena a partir do olhar de quem vive a realidade, mas também de perpetuar o conhecimento ancestral para as próximas gerações.
“Nós não somos povos da escrita, somos povos da fala. Nós precisamos conversar com os anciãos, precisamos nos entender, contar histórias e perpetuar nossa cultura com o passar das gerações”, finalizar.
G1