Mesmo após o susto que passou na noite de domingo, 13 – quando foi assaltado perto de sua casa, em São Paulo -, Ronnie Von consegue mostrar bom humor e sua habitual simpatia para falar sobre o caso em conversa com o EGO na tarde desta terça, 15. “Hoje a gente ri porque já passou, mas a pior sensação é você não ter como resolver aquilo, você se sente um nada. A impotência é o pior de todos os sentimentos”, disse ele.
Ronnie e a mulher, Cristina, foram abordados por bandidos enquanto voltava para casa e tiveram diversos pertences roubados. Desde a aliança de ouro até a BMW que o apresentador havia comprado há três meses e retirado da loja há apenas um. “Não deu tempo nem de descobrir todas as funções do computador de bordo”, brincou ele sobre o carro, que ainda não foi encontrado.
Este não foi o único drama passado pelo cantor e apresentador nos últimos tempos. Há vinte dias ele perdeu o pai, e admite que vem sentindo os baques. “Estou abalado de todas as formas. Quando vem a desgraça, vem de forma acumulativa”, lamentou ele.
Nesta sexta-feira, 17, Ronnie embarca para os Estados Unidos, mas garante que a viagem para o exterior não é uma fuga – já que havia comentado anteriormente que tinha vontade de deixar o Brasil após o assalto. “Não necessariamente eu, propriamente. Mas a Kika (Cristina). O sonho dela é deixar o Brasil. Eu conheço ela desde a infância e talvez tenha sido a pessoa mais patriota que conheci. Ela amava perdidamente o Brasil. Ainda ama. Só que assim como eu, ela acha que este é um país inabitável. E é. Mas eu tenho comprometimento com a cultura nacional e o social. Eu não posso largar tudo e ir embora. E eu sou apenas mais um. O Brasil foi assaltado”, apontou o apresentador do programa “Todo Seu”, da TV Gazeta.
Ronnie mostra, inclusive, que a mulher foi sua maior preocupação no momento do assalto. “A Kika ficou numa situação tão absurdamente traumática, achando que eles iriam voltar e metralhar a gente, porque ela tem um histórico bastante complexo. Ela foi sequestrada na porta de casa. Depois foi assaltada na rua de novo, então o trauma dela é muito maior. Ela chora, chora, chora, depois passa. Mas acho que fica uma pontinha. É muito complicado porque você se sente impotente. Você se sente um nada”, desabafou.
Assaltantes reconheceram
Ronnie contou que os assaltantes o reconheceram apenas no final. “Olha quem é! Sujou! E foram embora. Não tinha nada a ser feito. Já tinham levado tudo mesmo. Entraram no meu carro e foram embora. O chato é negócio de celular, documento, cartão de crédito”, lamentou ele, que disse não ser do tipo de pessoa que fica sem reação na hora de sustos como esse. “Eu não congelo, tento argumentar. Nessa de puxar relógio e anel, começou a sangrar e a Cristina começou a chorar achando que eu tinha levado um tiro”, relembra ele.
Carro não era blindado
Ronnie explicou o motivo de não ter seu carro blindado. “Eu não blindo carro porque sou apaixonado por automóvel e vou estragar o carro. Um carro blindado tem curto espaço de vida. Todos brigam comigo por eu não ter um carro blindado. O único blindado que eu tive, roubaram pra pegar vidro. Não resolve nada”.
Obrigação social
Ronnie acredita que, sendo famoso, de alguma maneira pode ajudar na situação da segurança no país, já que o seu caso chamou a atenção nacional. “Por isso digo que é meu dever (falar sobre isso). Raríssimas são as pessoas que conheço que ainda não foram assaltadas. Tenho um vizinho que tem 16 seguranças e já foi assaltado duas vezes. A única pessoa que me roubou na vida, que me furtou antes, foi meu segurança. Por isso desisto de ter segurança”, comentou.
Indignação
Além da dor de cabeça com renovação de documentos, Ronnie lamenta outro ponto, os altos impostos pagos no país. “A minha indignação é só porque a gente paga. Desafio a qualquer um experimentar não pagar o tributo. Vão destruir a vida dessa pessoa. Pobres de nós, roubados, confiscados, que temos que agradecer a Deus porque chegamos vivos em casa. Isso é uma barbaridade indescritível”.