Rondônia ainda não tem previsão de reduzir o intervalo entre a primeira e a segunda dose de vacinas contra a Covid. Na última semana, o prazo do imunizante AstraZeneca foi reduzido por ‘conta própria’ em cidades de ao menos sete estados, pois os gestores buscam ampliar a proteção da população contra a variante delta do coronavírus.
Ao G1, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) informou que aguarda posicionamento do Ministério da Saúde para implementar qualquer antecipação da vacinação (entre doses) ou discutir na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) a aprovação de qualquer medida.
“O Governo do Estado esclarece que segue rigorosamente as diretrizes prescritas no Programa Nacional de Operacionalização da Vacinação (PNO). O cumprimento do calendário está condicionado aos envios de doses feitos pelo Ministério da Saúde”, informou o estado, por nota.
Por enquanto, Rondônia vai continuar com os prazos de intervalos definidos no início da campanha nacional de imunização:
- CoronaVac: Intervalo de 4 semanas entre a primeira dose e a segunda
- AstraZeneca: Intervalo de 12 semanas (três meses) entre a dose 1 e a dose 2
- Pfizer: Intervalo de 12 semanas (três meses) entre a dose 1 e a dose 2
- Janssen: dose única
Previsão em bula
O Ministério da Saúde chegou a estudar a redução do prazo da AstraZeneca e Pfizer, mas reunião da Câmara Técnica manteve as 12 semanas de intervalo.
A bula da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção e importação da tecnologia da AstraZeneca, já informa que “a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira”.
A AstraZeneca reafirmou em nota ao G1 que “os estudos realizados até o momento demonstram que a vacina é eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática quando aplicada neste intervalo de tempo”, de 4 a 12 semanas. A farmacêutica disse, ainda, que a vacinação com a segunda dose após 60 dias “foi avaliada em estudos clínicos – e, por isso, está aprovada”.
Avanço da variante delta
O receio da variente delta avançar no país foi um dos motivos que levou alguns estados já reduzirem o intervalo da aplicação de vacina (entre dose 1 e 2).
No último mês foram confirmados casos da delta na cidade de São Paulo.
Uma pesquisa publicada na última quinta-feira (8), na revista científica “Nature”, revelou que a variante delta do coronavírus é parcialmente resistente a alguns tipos de anticorpos, mas que duas doses da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca/Oxford são capazes de neutralizá-la. Por isso, especialistas estão reiterando de forma unânime que as pessoas procurem os locais de vacinação para tomar a segunda dose.
Infectologistas afirmam que, para se chegar a sonhada imunidade de grupo e para poder voltar ao normal, é necessário que ao menos 70% da população receba as duas doses.