O Brasil tem debatido nos últimos anos a possível relegalização dos cassinos físicos, do jogo do bicho e de outros jogos de azar. Um dos principais argumentos a favor da medida é a geração de aproximadamente 1 milhão de empregos diretos e indiretos.
Atualmente, no Brasil, é legal que os jogadores acessem cassinos online de forma legal. Desde 1º de janeiro de 2025, plataformas desse setor podem operar diretamente no país, desde que cumpram as exigências regulatórias, como possuir domínio “.bet.br” e sede em território nacional.
Cassinos em resorts
O Projeto de Lei 2.234/2022 prevê que, com a legalização dos cassinos, esses estabelecimentos sejam integrados a resorts. Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, a proibição dos cassinos no Brasil não faz sentido.
“É incoerente permitir jogos de azar online, que geram receita em outros países, mas não autorizar a criação de estruturas que poderiam empregar milhares de brasileiros e atrair turistas internacionais. Como qualquer grande atividade econômica que mobiliza altos investimentos, haverá geração de empregos tanto na fase de implantação quanto na operação. Nossa expectativa é que, com todos os resorts integrados em funcionamento, sejam criados entre 600 mil e 1 milhão de empregos diretos e indiretos.”
Quem também se manifestou sobre a criação de cassinos em resorts de luxo foi João Fraga, CEO da Techfin Paag, empresa especializada em produtos para o setor de apostas e jogos.
“A experiência de outros países com resorts integrados nos mostra o enorme potencial econômico desse modelo, desde a revitalização de destinos turísticos até a atração de grandes eventos e investimentos bilionários.”
A expectativa é que a liberação dos cassinos e jogos de azar possa atrair cerca de R$ 100 bilhões em investimentos. Além disso, a arrecadação anual poderia alcançar R$ 22 bilhões, valores que poderiam ser destinados a diversas áreas da sociedade brasileira, incluindo o incentivo à formação de atletas e paratletas.
Pensamento oposto
No Congresso Nacional, em Brasília, assim como em toda a sociedade, há um grupo de pessoas com uma visão mais conservadora, que se opõe à legalização dos cassinos e de qualquer tipo de jogo de azar. Entre os argumentos contrários à medida estão o risco de incentivo ao vício em jogos (ludopatia) e a possibilidade de facilitar crimes como evasão de divisas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Em dezembro do ano passado, o Senado adiou a votação sobre a liberação dos cassinos. Com isso, a expectativa é que o projeto de lei volte à pauta no primeiro semestre de 2025. Alguns parlamentares defendem que a votação ocorra antes do Carnaval, que neste ano começa em 1º de março.
