A pesquisa revela que entre 2021 e 2022, o número de vacas leiteiras no campo caiu de 412 mil para 366 mil cabeças no estado, em contrapartida, no mesmo período, o rebanho bovino do estado aumentou 17,1%, saindo de 15.110.301 cabeças para 17.688.225.
Em nota, o coordenador estadual das Pesquisas Agropecuárias do IBGE, Airton Dalpias, explicou que a valorização da arroba do boi levou muitos produtores a venderem seus rebanhos leiteiros e que “isso gerou queda significativa na produção de leite e aumento do preço nos supermercados”.
Um dos motivos que levou o produtor de leite a mudar de ramo, é a queda no preço pago pelo litro de leite. O mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que Rondônia é 2º estado que menos paga ao produtor de leite no Brasil. De acordo com o levantamento, o produtor recebeu, em julho deste ano, R$ 2,37 por litro.
Atualmente, os produtores de Rondônia só recebem mais que os produtores da Bahia, que de acordo com a tabela, receberam R$ 2,20 pelo litro em julho de 2023.
De acordo com o novo boletim informativo divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) com preços de referência do leite e de derivados lácteos, o valor de referência do leite entregue em agosto, mas que será pago em setembro, deve ser de R$ 1,82.
Como o consumidor é impactado?
Segundo o professor Jonas Cardoso, tutor do Programa de Educação Tutorial (PET) de Economia da Universidade Federal de Rondônia (Unir), a queda na produção pode fazer com o que os preços do produto nas gôndolas dos supermercados aumentem.
“Devido à queda na oferta do leite, a tendência é aumento no preço para o consumidor”, explicou.
Leite no mercado — Foto: Reprodução/EPTV
Na mais recente pesquisa divulgada pelo PET, o preço do leite aumentou 1,65% de julho para agosto deste ano, mas em relação a agosto do ano passado, o produto registrou queda de -19,40%. Para Jonas Cardoso, a queda no preço do produto está relacionada ao barateamento dos insumos.
“A queda no preço do leite em relação ao ano passado é explicado principalmente pelo barateamento dos insumos de produção, principalmente a ração animal que baixou de preço devido à queda no preço dos grãos”, falou.