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Jaru, 23 de novembro de 2024

Quatro dias após sair de Porto Velho, comboio com 160 mil m³ de oxigênio chega m Manaus com atraso

Seis caminhões que saíram de Porto Velho (RO) com uma carga de cerca de 160 mil m³ de oxigênio chegaram a Manaus pouco antes das 12h deste domingo (24). A entrega do oxigênio, em falta na capital do Amazonas por conta da pandemia do coronavírus, aconteceu com atraso devido às condições da BR-319.

Quatro dos caminhões saíram de Porto Velho na quarta-feira (20) e deveriam chegar a Manaus em 36 horas. Outros três saíram na quinta e deveriam chegar no mesmo intervalo, segundo a superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Arlene Lamego. Um caminhão teve problemas técnicos e deve chegar a Manaus apenas na noite deste domingo.

Comboio com oxigênio enviado de Porto Velho (RO) chegou a Manaus neste domingo. — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Comboio com oxigênio enviado de Porto Velho (RO) chegou a Manaus neste domingo. — Foto: Patrick Marques/G1 AM

A intenção de cruzar 838 quilômetros pela BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, era economizar tempo. A viagem de balsa pelo Rio Madeira levaria 6 dias.

“Era a previsão inicial, porque ia depender se ia chover, o que de fato aconteceu. Só ontem que não choveu. Em razão de não ter chovido ontem, foi que o comboio avançou e conseguiram se juntar”, explicou Lamego sobre o tempo de demora no trajeto.

Caminhão que transporta oxigênio de Porto Velho para Manaus passa pela BR-319
Caminhão que transporta oxigênio de Porto Velho para Manaus passa pela BR-319

A carga de oxigênio foi fornecida pelo governo federal, para ajudar no controle do novo surto da Covid-19. Desde a semana passada, a cidade sofre com falta de oxigênio nos hospitais, e já transferiu mais de 200 pacientes para continuarem o tratamento da Covid em outros estados.

O problema da falta de oxigênio aconteceu porque, segundo o governo, num intervalo de 15 dias, a demanda diária nas unidades de saúde de Manaus aumentou de 15 mil m³ para 75 mil m³, superando a capacidade que o fornecedor local tinha de produzir o insumo.

Neste domingo (24), o Ministério da Saúde informou que, em média, a produção de oxigênio diário está em 30.345 m³, e o volume adicional trazido de outras regiões é de 62.062 m³. O consumo médio da rede hospitalar, em Manaus, é de 80.000m³.

Comboio atravessou o Rio Negro de balsa até o porto da Ceasa, em Manaus. — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Comboio atravessou o Rio Negro de balsa até o porto da Ceasa, em Manaus. — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Pazuello em Manaus por tempo indeterminado

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou em Manaus na noite desse sábado (24), junto com as 132,5 mil doses da vacina de Oxford. Conforme o órgão, ele não tem previsão de retorno a Brasília, e “ficará no Amazonas o tempo que for necessário”.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado, abertura de inquérito para apurar a conduta do ministro sobre o enfrentamento da pandemia em Manaus, que registrou falta de oxigênio medicinal em hospitais na semana passada.

Aras tomou a decisão após analisar representação do partido Cidadania que aponta suposta omissão do ministro e de seus auxiliares, além de informações preliminares prestadas por Pazuello sobre a crise.

Segundo o Ministério da Saúde, Pazuello deve permanecer na capital para acompanhar as ações executadas no enfrentamento à Covid-19, como a ampliação na oferta de leitos e contratação de mais profissionais de saúde.

Aras pede ao STF abertura de inquérito para apurar conduta de Pazuello em crise no AM
Aras pede ao STF abertura de inquérito para apurar conduta de Pazuello em crise no AM

Caos na Saúde do AM

Amazonas voltou enfrentar um novo surto da Covid, e neste mês de janeiro, já teve o maior número de novos internados desde o começo da pandemia. Com a demanda, o oxigênio nos hospitais acabou e médicos tiveram que fazer ventilação manual para tentar salvar vidas.

Os fornecedores de oxigênio deram prioridade para o abastecimento nas unidades de saúde e quem precisava do insumo para tratar doentes em casa teve que madrugar em filas. Nos últimos dias, a média de enterros diários em Manaus está em torno de 150 (antes da pandemia a média era 30), com recorde de 213 sepultamentos em um único dia batido em 15 de janeiro.


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