Jaru Online
Jaru, 20 de setembro de 2024

Psicóloga explica efeitos de ter pais controladores: autocobrança, sensação de culpa e dependência emocional

O rompimento da relação da atriz Larissa Manoela com seus pais — e administradores de sua carreira — tem gerado discussões na internet. A separação aconteceu por conta de controvérsias relacionadas ao controle sobre as finanças da atriz.

Segundo a psicóloga rondoniense de políticas públicas, Anne Cleyanne, pais excessivamente controladores são aqueles que priorizam seus egos e interesses pessoais e anulam os de seus filhos.

“Geralmente são pessoas que replicam os comportamentos dos seus pais, como cobranças excessivas. Outro motivo é a falta de habilidades emocionais”, explica a especialista.

Esse comportamento de “vontade própria” frequentemente resulta na negação do bem-estar e da própria existência dos filhos.

Anne também explica que condições patológicas podem ser desenvolvidas por aqueles que assumem o papel de cuidadores, como a de “pais narcisistas” e a “síndrome de Munchausen”, são colocados em grande sofrimento psíquico.

Principais sinais

 

Segundo a psicóloga, esses comportamentos podem ser identificados a partir da forma como os pais ou cuidadores tratam os filhos. Alguns deles são:

  • Não respeitam o intelecto e consentimento dos filhos;
  • Invadem a privacidade;
  • Querem gerenciar a vida dos filhos;
  • Estimulam a dependência emocional;
  • Ficam com raiva com imposição de ideias vindo dos filhos;
  • Não deixar o filho tomar suas próprias decisões;
  • Comparações tóxicas com outras pessoas;
  • Costumam elogiar pouco e cobrar mais;
  • Filhos se sentem culpados de algo.

O cuidado saudável, no máximo, gera uma irritação daquele que está sendo educado, visto que é natural que filhos discordem de seus pais em algum momento. No entanto, quando os sentimentos, palavras, pensamentos, ideias e preferência do indivíduo são constantemente questionadas e jamais respeitadas, isso indica que uma relação de domínio excessivo foi estabelecida, explica a especialista.

“Na relação com pais controladores não existe diálogo e nem meio termo nas conversas, o indivíduo [filho] fica o tempo todo tenso, duvidando de sua capacidade. Só é aceito se fizer o que os pais querem”, explica Anne.

De acordo com a psicóloga, aqueles que vivenciam a presença de pais controladores frequentemente desenvolvem uma excessiva autocobrança, tornam-se emocionalmente dependentes em outros relacionamentos, ficam suscetíveis à manipulação, podem se mostrar passivos/agressivos, carregam uma sensação constante de culpa e apresentam uma predisposição para transtornos de humor.

Anne também destaca que os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) devem ser respeitados. Crianças e adolescentes são seres em desenvolvimento, que precisam ser guardados, orientados e protegidos.

O diálogo e a escuta são as formas mais saudáveis de criar uma pessoa. Levando sempre em consideração suas emoções, consentimentos, tristezas, choros. Auxiliar a criança ou adolescente na resolução de seus problemas em vez de minimizá-los e desconsiderá-los é o caminho a seguir.

Caso Larissa

 

Larissa optou por romper a relação com os pais e abrir mão de um patrimônio avaliados em R$ 18 milhões. Depois da repercussão do caso, o assunto sobre ‘pais controladores’ está entre os temas mais debatidos nas redes sociais.

Internautas expõem nas redes sociais opiniões sobre pais controladores — Foto: Redes sociais

Internautas expõem nas redes sociais opiniões sobre pais controladores — Foto: Redes sociais

Na internet, internautas compartilham suas vivências pessoais como filhos de pais controladores. Nos relatos, pessoas descrevem os desafios emocionais e a luta por independência após crescerem em um ambiente de controle rígido.

Em entrevista exibida no domingo (13), a atriz e cantora falou pela primeira vez sobre o rompimento com os pais, que administraram todo o caminho profissional dela até aqui.


COMPARTILHAR