Policiais militares e manifestantes têm objetivos diferentes durante os protestos contra o aumento das tarifas de trens, ônibus e metrô em São Paulo, mas têm uma “arma” em comum: câmeras de filmagem. Grandes, pequenas ou em celulares, elas são utilizadas para mostrar diferentes ângulos de um mesmo protesto; as filmagens podem servir inclusive como prova de um eventual delito. (assista ao vídeo acima para ver alguns “flagrantes” do uso de câmeras e celulares nos atos).
Desde a divulgação do reajuste nas passagensde R$ 3,50 para R$ 3,80, em 30 de dezembro do ano passado, o Movimento Passe Livre (MPL) realizou três atos na capital paulista, nos dias 8, 12 e 14 de janeiro.
Integrantes de movimentos sociais usam celulares para gravar e tentar registrar abusos das forças policiais. Do outro lado, os próprios policiais gravam as ações deles e dos manifestantes durante os protestos.
Dois vídeos feitos na Praça Roosevelt, no Centro da cidade, durante o primeiro ato do dia 8 mostram a prisão de jovens por ângulos diferentes. Em um deles, o site Jornalistas Livres mostra um policial militar colocando artefatos explosivos na mochila de um rapaz revistado. As imagens viralizaram nas redes sociais e a Secretaria de Segurança Pública disse que analisaria possíveis casos de abuso policial.
Dias depois, a Polícia Militar divulgou um vídeo em que mostra um rapaz com roupas e aparência física semelhantes a de um dos jovens que aparece detido no vídeo divulgado pelo grupo Jornalistas Livres. Nessas imagens, o rapaz aparece jogando um coquetel molotov perto de carros da PM.
Câmeras da PM também registraram o momento em que manifestantes interditaram a Avenida 23 de Maio e supostamente hostilizaram um motorista no primeiro ato.
Imagens de câmeras de segurança também são utilizadas como provas. No último protesto do dia 14, câmeras gravaram o momento que um policial atingiu um homem com um cassetete na Estação Consolação.
Além dessa “guerra de vídeos e versões”, os atos ainda contam com curiosos, turistas e moradores do entorno das aglomerações que fazem seus registros, ora narrados, ora em “selfies”, seja para saciar a curiosidade ou para mostrar que fizeram parte ou estiveram perto da história.

Nos três protestos já realizados o G1 presenciou uma grande quantidade de câmeras, das mais variadas, sendo apontadas para todos os lados. Policiais militares uniformizados filmam tudo e todos, desde a concentração até o fim. O mesmo é feito por integrantes de movimentos sociais, muitas vezes em transmissão ao vivo por redes sociais. Imagens registradas pelas câmeras de helicópteros de emissoras de televisão garantem a cobertura completa.
Os atos realizados nos dias 8, 12 e 14 tiveram 38 pessoas detidas, 24 feridas,12 veículos depredados e duas estações de Metrô vandalizadas. Segundo o MPL, ao todo, 53 pessoas participaram das três manifestações. A Secretaria de Segurança Pública contabilizou 7 mil pessoas.

Faixa contra o aumento da tarifa de ônibus para 3,80 é exibida durante ato em frente ao Theatro Municipal, no Centro de São Paulo, durante manifestação no dia 8 de janeiro (Foto: Marcelo Brandt/G1)









