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Jaru, 16 de abril de 2024

Professora morta por ex-marido tentava se separar de suspeito há dois meses, diz amiga

A comoção presente no enterro da professora Joselita Félix da Silva, de 47 anos, morta a pauladas pelo ex-marido no último domingo (17), deu lugar a um sentimento de revolta, diante da fragilidade da proteção à professora vítima de feminicídio.

Segundo a diretora Ana Célia dos Santos Bezerra, de 41 anos, amiga de Joselita, a vítima estava em processo de separação há cerca dois meses, e que o ex-marido chegou a persegui-la nos locais de trabalho quando ela não atendia as ligações.

Joselita e Ueliton Aparecido estavam juntos há cerca de 3 anos, mas ele não aceitava o fim da relação.

Antes de ser atacada a pauladas no fim de semana, a vítima contou a amigos que faria um exame nesta segunda-feira(18) para conseguir uma medida protetiva contra o agressor, pois já havia sido agredida.

Ana Célia explica que a amiga acabou indo para a casa do pai, em Candeias do Jamari, para estabelecer uma maior distância do suspeito do feminicídio.

Joselita Felix foi morta pelo ex-companheiro em Rondônia — Foto: Facebook/Reprodução

Joselita Felix foi morta pelo ex-companheiro em Rondônia — Foto: Facebook/Reprodução

Um dos temores da vítima, segundo a amiga, era de que o homem tentasse agredir o pai dela, o que acabou acontecendo. Depois da casa da família ser invadida, o Francico Félix tentou salvar a vida da filha e acabou sendo espancado. O idoso de 75 anos segue internado no Hospital João Paulo II e ainda não sabe sobre a morte da filha.

“O ex-marido conhecia a casa e as pessoas que estavam lá. O que mais deixa a gente triste é saber que ela pediu ajuda. Ela pediu ajuda do poder público e não ajudaram ela. Hoje nós estamos enterrando nossa amiga. Isso poderia ter sido evitado, aí a gente fica se perguntando: Até quando? Até quando mulheres vão morrer por dizer: ‘não quero mais’. O crime contra mulher está virando algo banal, algo comum”, diz amiga.

Feminicídio

Joselita foi morta pelo ex-marido no domingo, após ter a casa invadida pelo ex-marido, Ueliton Aparecido, em Candeias do Jamari. O ex-marido foi preso logo depois e permanece na cadeia, em Porto Velho.

O pai da educadora, Francisco Félix, estava em casa e presenciou o ataque. O idoso tentou salvar a filha e segurar o suspeito, mas também foi atacado a pauladas. Joselita não resistiu aos ferimentos na cabeça e morreu minutos depois.

Sepultamento de Joselita Féliz aconteceu nesta segunda-feira, 18 — Foto: Cássia Firmino/G1

Sepultamento de Joselita Féliz aconteceu nesta segunda-feira, 18 — Foto: Cássia Firmino/G1

O corpo da educadora foi sepultado nesta segunda-feira (18) em Candeias do Jamari, sob forte comoção. Amigos, alunos e professores fizeram homenagens.

Sala de aula

Aos 47 anos, Joselita era servidora municipal de Porto Velho, mas atualmente morava em Candeias do Jamari para cuidar dos pais, um casal de idosos.

Joselita Félix era graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia desde 1992 e também tinha bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia (2007).

Nesta segunda-feira, o prefeito Hildon Chaves (PSDB), de Porto Velho, divulgou nota lamentando a morte da servidora pública.“Luta em prol da educação”, disse Hildon.

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