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Jaru, 7 de novembro de 2024

Produção de remédios fitoterápicos na Amazônia pode ajudar desenvolvimento e hegemonia do mercado

Os efeitos dos medicamentos fitoterápicos, feitos à base de plantas naturais, são bastante conhecidos na Amazônia e cada vez mais esses remédios ganham espaço nas prateleiras das farmácias e dos postos de saúde, inclusive alguns do Sistema Único de Saúde (SUS) já disponibilizam esses produtos aos pacientes.

Os fitoterápicos podem ser usados para tratar vários problemas de saúde, como tosse (guaco), colesterol alto (alcachofra), queimaduras (babosa), ansiedade e insônia (valeriana), sintomas da TPM (prímula), sintomas da pré-menopausa (isoflavona de soja), artrite e inflamações (unha-de-gato), dor lombar (garra-do-diabo e salgueiro), gases (espinheira-santa), prisão de ventre (cáscara sagrada e plantago) e depressão (erva-de-são-joão).

Para o médico nutrólogo Thomaz Cortez, a região Amazônica brasileira possui um verdadeiro tesouro ainda não explorado: as plantas medicinais.

Com um conhecimento popular ainda vivo, a utilização de plantas para tratar e curar doenças vem dos ensinamentos desde a Grécia Antiga. Por muito tempo, essa prática foi relacionada com “crendices”, mas com o passar do tempo, diversas plantas tiveram sua eficácia cientificamente comprovada, com a validação do Ministério da Saúde.

“Eu sinto que as plantas medicinais são uma área ainda pouco explorada pelos brasileiros e, principalmente, pela exportação para o comércio internacional. É um conhecimento que sempre tivemos, que foi passado pelos indígenas, e hoje com comprovação científica”, afirma ao g1.

“É só uma questão de oferecer o produto para abocanhar e garantir uma possível hegemonia de mercado. A chamada ‘farmácia dos antigos’ traz soluções para problemas, como gastrite, de maneira muito efetiva e auxilia em problemas contemporâneos complexos como stress e sono”, afirma Cortez.

 

O comércio de plantas já é um costume na região amazônica, onde é possível encontrar diversas bancas comercializando as mais diferentes plantas e ervas para prevenção, e tratamento de inúmeras doenças.

Para garantir um acesso seguro e informações confiáveis e comprovadas, o Ministério da Saúde criou a Política e Programa Natural de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e oferta remédios e tratamentos através do Sistema Único de Saúde (SUS), utilizando recursos da União.

A hortelã-pimenta é uma das plantas já na lista de medicamento fitoterápicos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

“A maior vantagem de recorrer às plantas medicinais é a possibilidade de solucionar algum problema ou condição sem a utilização de drogas artificiais, com substâncias que podem causar dependência ou colaterais. Por exemplo, o “agar-agar” pode ajudar a moderar o apetite além de ser um laxativo suave, para regulação da flora intestinal. A arnica pode ser utilizada para contusões e hematomas, quando aplicado na área atingida. A Calêndula tem efeito cicatrizante além de ser utilizado para amenizar alergias. É uma área muito rica, e ainda em constante descoberta. O mundo precisa conhecer a riqueza amazônica”, conclui o nutrólogo Thomaz Cortez.

A portovelhense Rafaela Santos, de 35 anos, é uma das adeptas aos medicamentos fitoterápicos. Segundo ela, seu uso é preferencial porque acredita ser ‘mais leve’ para o corpo.

“Geralmente não sinto eles sendo agressivos com o meu corpo, posso tomar sem tanto receio de causar reações adversas”, acredita.

G1


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