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Jaru, 22 de outubro de 2024

Preso de RO diz que ‘o que tiver de acontecer, vai acontecer’ em rebelião

Um dos cerca de 500 presos que estão fazendo uma rebelião Casa de Detenção Dr. José Mario Alves da Silva, o Urso Branco, em Porto Velho, disse nesta segunda-feira (19) que “o que tiver que acontecer, vai acontecer”. O motim teve início no domingo (18) e 38 familiares dos detentos estão sendo mantidos como reféns. Os presidiários estão soltos dentro da unidade, mas a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) garante que a situação está controlada. Por telefone, um dos detentos rebelados falou com a equipe de reportagem da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo em Rondônia (assista ao vídeo). “Não dão atenção ‘pra nós’, nós não vamos liberar ninguém. O que tiver que acontecer, vai acontecer”, disse o presidiário, que não se identificou. Nesta manhã, alguns detentos subiram na caixa d’água do Urso Branco e penduraram faixas com inscrições de facções criminosas. Eles reivindicam mudanças na direção da unidade.

Detentos fazem rebelião no Urso Branco (Foto: Hosana Morais/G1)Detentos subiram na caixa d’água do Urso Branco, em Porto Velho (RO) (Foto: Hosana Morais/G1)

Do lado de fora, amigos e familiares dos presos aguardam uma solução e bloqueiam a via de acesso à penitenciária. Eles exigem a presença do corregedor-geral de Justiça do estado e de representantes de Direitos Humanos. As esposas de detentos que passaram a noite no local dizem ter ouvido barulhos de tiros e bombas. “Eles começaram a atirar por volta de 23h. Era bomba de efeito moral, tiro um atrás do outro, bala, bala, bala… E a gente ficou sabendo que tinha muito preso ferido lá dentro”, relatou uma delas. A Sejus não confirma a informação de que há presidiários feridos. Até as 14h desta segunda-feira (horário local), os 38 familiares continuavam dentro da penitenciária. Todos os detentos saíram das celas e estão soltos no presídio, mas, segundo a secretaria, não há risco de que os presidiários saiam do Urso Branco. No início da manhã, um grupo tentou fugir, mas foi contido pela força tática com balas de borracha. A Sejus informou ainda que o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar foi enviado ao Urso Branco e deve entrar no presídio para conter os detentos. Também foi solicitado o envio de um negociador da PM para tratar com o presidiários. A rebelião De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários e Socioeducadores do Estado de Rondônia (Singeperon), por volta das 17h de domingo, os detentos estavam com os visitantes na capela do pavilhão A. Quando os agentes anunciaram o encerramento do horário de visita, os presidiários se recusaram a liberar os familiares, fazendo os visitantes de “escudo humano”. Às 19h, a direção do Urso Branco teria tentado negociar com os presos. Ainda conforme o Singeperon, por volta de 1h, os presos quebraram uma parte da parede da igreja e invadiram outros pavilhões da penitenciária, libertando os demais detentos. Houve queima de colchões e depredação de celas.


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