A polícia realizou nesta sexta-feira (9) prisões na ação que está em curso para prender o grupo suspeito de emboscar policiais em uma fazenda do distrito de Nova Mutum, em Rondônia, que iniciou na quinta-feira (8). Informações preliminares apuradas pela Rede Amazônica indicam que, até o momento, ao menos duas pessoas foram capturadas.
A emboscada ocorreu no último fim de semana e resultou na morte de dois policiais militares. A operação na área, que tem pelo menos 40 mil hectares de mata, pode se estender até a próxima segunda-feira (12) e conta com reforços de aproximadamente 150 agentes entre policiais civis, militares e ambientais.
Os suspeitos de participarem da emboscada – cerca de 15 pessoas – têm mandados de prisão em aberto por outros crimes. Em entrevista coletiva no último domingo (4), o Coronel Plinio, subcomandante da PM, informou que o grupo responsável pela emboscada é de “alta periculosidade, com treinamento de guerrilha”.
Em sobrevoo, mulheres e crianças foram avistadas e, com isso, a orientação foi para retrair a tropa e garantir que a operação fosse de resgate. Segundo o governo do Estado, a região onde acontece a operação é conhecida por ser uma área de conflito agrário.
“Não podemos dizer que eles fazem parte de movimentos sociais. Ocorre que nessa ação nos deparamos com uma quadrilha organizada. E o estado está tomando todas as medidas necessárias e adequadas. É uma área de conflito agrário”, reforçou o subcomandante.
Área onde ocorre operação é de conflito agrário, segundo o governo de Rondônia. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Doação de sangue
O tenente Fredson Amorim Ferraz, da Polícia Militar (PM), segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital João Paulo II em Porto Velho. O policial foi baleado no abdômen por um tiro de fuziil na fazenda onde acontece a operação.
Depois de ser baleado, Ferraz foi socorrido às pressas para o Hospital João Paulo II e submetido a uma cirurgia. Porém, devido à gravidade dos ferimentos, o policial foi transferido à UTI.
Tenente da PM Fredson Amorim Ferraz segue internado em Porto Velho — Foto: Facebook/Reprodução
Nesta sexta, a família iniciou uma campanha nas redes sociais para doação de sangue ao tenente. “Iniciamos a campanha de doação de sangue para nosso irmão, o tenente da PM Fredson Amorim Ferraz, que se encontra hospitalizado em razão de um disparo de arma de fogo na região de Nova Mutum!! Seu sangue é O +“, diz a mensagem da campanha.
Quem tiver sangue O+ pode procurar o hemocentro de Porto Velho e fazer uma doação direta para o tenente da PM. A Fhemeron em Porto Velho fica localizada na Avenida Governador Jorge Teixeira, 3766, ao lado do Hospital de Base. O agendamento para a doação pode ser feito pelo (69) 3216-2234.
Entenda o caso ponto a ponto:
- A fazenda onde ocorreu o crime fica na BR-364, no sentido Acre, após Nova Mutum distrito de Porto Velho;
- O primeiro policial morto foi o tenente da reserva José Figueiredo Sobrinho, que pescava com familiares e amigos quando foi abordado pelos criminosos;
- Uma testemunha contou que Figueiredo foi confundido com segurança da fazenda quando o grupo armado encontrou a identificação do PM;
- Figueiredo e os companheiros foram agredidos e o tenente reformado foi levado para o outro lado da estrada e morto com 10 tiros no rosto e no peito;
- O carro do tenente foi incendiado;
- Os sobreviventes deixaram o local e conseguiram pedir socorro em uma comunidade próxima;
- Equipes da PM se deslocaram até a fazenda para resgatar o corpo de José Figueiredo, mas foram emboscados e recebidos a tiros na propriedade;
- O sargento Márcio Rodrigues da Silva e outros quatro militares foram feridos.
- No domingo (4), uma operação da PM retirou o corpo do tenente Figueiredo, confirmou a morte do sargento Rodrigues e resgatou os policiais feridos.
Figueiredo e Rodrigues: policiais mortos em emboscada em Rondônia — Foto: Polícia Militar/Divulgação
Investigações
Pelo menos 100 policiais foram deslocados para a região das mortes em uma operação inicial para procurar os criminosos envolvidos nos assassinatos. Segundo a polícia, uma milícia armada que atua na grilagem de terras estaria por trás dos ataques.
O setor de inteligência apurou que a região é de conflito agrário. Em sobrevoo, mulheres e crianças foram avistadas, com isso, a orientação foi para retrair a tropa e garantir que a operação fosse de resgate.
O governador Marcos Rocha garantiu, no domingo (4), que o Estado vai usar a força necessária para prender os autores dos crimes. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital.