Jaru Online
Jaru, 20 de setembro de 2024

Polícia Civil investiga suicídio de Gabrielly em Ouro Preto do Oeste; jovem deixou vídeo e áudios

A Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste instaurou um Inquérito Policial para apurar a possibilidade de alguém ter praticado o delito de induzimento, instigação, ou se houve auxílio de terceiros na morte de Gabrielly Siqueira Lopes, 21 anos, que foi encontrada sem vida em sua casa no dia 6 de julho, morte inicialmente tratada como suicídio.

A jovem era comerciária em Ouro Preto do Oeste e trabalhou em um supermercado da cidade até a noite de 9 de julho de 2020, quando ela sofreu um grave acidente em uma motoneta na Rua Getúlio Vargas. Gabrielly se recuperou dos ferimentos, mas perdeu os movimentos nas pernas e ficou condicionada a uma cadeira de rodas, O Correio Central apurou junto à família dela que Gabrielly tinha retornado de uma viagem a Brasília (DF) havia um mês, e que ela foi à capital federal para realizar mais uma sessão de fisioterapia no Centro de Reabilitação da Rede Sarah Kubitscheck.

Sua morte ocorreu a três dias de completarem 3 anos do acidente sofrido em 2020. A provável autoeliminação de Gabrielly Siqueira trouxe sofrimento para familiares e às pessoas próximas que davam amparo, força e a amavam, e causou dor alheia não apenas em razão da triste perda em condição de desestimulo pela vida.

A comoção se transformou em indignação e revolta que foram amplificadas a partir da circulação de um vídeo de desabafo que ela deixou gravado em seu celular, além de vários áudios que expuseram um litígio familiar muito recente entre ela e sua mãe. No dia seguinte a morte de Gabrielly, sua mãe compareceu no início do velório e ela foi escoltada por dois policiais. A decisão da autoridade policial local de ceder escolta foi por medida de segurança, e se deu pelo fato de a genitora da jovem ter apresentado áudios ameaçadores. Resta claro que no dia do velório o vídeo e os áudios de Gabrielly já estavam circulando, mesmo entre os familiares o sentimento odioso era anormal, e tomou proporções a ponto de alguém fazer uma montagem com uma foto da genitora sobre o vídeo com a legenda “assassina”.

A mãe da jovem que foi acusada publicamente também se defendeu em um vídeo onde informou que iria processar quem provocou a ira da sociedade contra ela e novamente procurou a polícia, desta vez, para pedir investigação sobre os fatos. Esta semana, ela afirmou que continua sendo hostilizada e recebendo ameaças. A reportagem do Correio Central entrou em contato com o delegado Niki Locatelli, titular na UNISP em Ouro Preto do Oeste, e ele confirmou que o inquérito está em andamento, a polícia judiciária aguarda o resultado do laudo de necropsia da Politec e que na delegacia estão sendo tomados os depoimentos de familiares e de pessoas próximas a Gabrielly.

A autoridade policial pontua o foco da investigação: – Isso que a polícia instaurou e está apurando. Se (vai) confirmar suicídio pelo laudo, sem participação de terceiros ou a indução. E também do artigo 122; instigação, estímulo, resumiu o delegado. De acordo com o artigo 122 do Código Penal brasileiro, induzir, instigar ou auxiliar alguém a tirar a própria vida a condenação tem pena prevista de 2 meses a 5 anos de reclusão, e essa pena é duplicada para o caso do crime ser praticado por motivo egoístico, e se a vítima for menor, ou tiver sua capacidade de resistência reduzida por qualquer motivo.

 

Fonte: Correio Central


COMPARTILHAR