Foi deflagrada nesta terça-feira (20) a operação “Caraíba” pela Polícia Federal. O objetivo foi localizar um suspeito de invadir terras da União, perturbar costumes e tradições culturais indígenas. Ação aconteceu no interior da TI Igarapé Lourdes, nas proximidades da aldeia do povo Gavião.
As investigações começaram a partir de uma carta assinada por 21 indígenas e encaminhada à Polícia Federal.
Durante as apurações da PF, foi visto que o suspeito de invadir uma aldeia de Rondônia se envolveu com exploração de madeira e durante as ações criminosas, passou a “intimidar e ameaçar os povos nativos, no sentido de impedir que vivam de maneira tradicional”, diz a PF. Essas ameaças poderiam causar um embate violento e provável morte entre os envolvidos.
Por isso e por causa da periculosidade do alvo, o Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI) foi acionado para cumprir determinação judicial de busca e apreensão e medidas cautelares deferidas pela 2ª Vara Federal Cível e Criminal de Ji-Paraná (RO). A ação foi integrada com a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai).
O homem foi retirado da terra que ocupava ilegalmente, conduzido até a delegacia e após ser ouvido foi liberado, pois de acordo com a PF, a ordem judicial era para desocupação da área.
O nome da operação “Caraíba” é referência ao termo indígena para definir povos que não possuem suas culturas e tradições.
Terra Indígena Igarapé Lourdes
A TI faz parte do estado de Rondônia, mais precisamente na região de Ji-Paraná, banhado pelo rio Machado e próximo à divisa com o Mato Grosso. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA) a área é habitada pelo povo Ikolen, indígenas isolados na Serra da Previdência e Karo.
Os principais riscos potenciais são referentes a exploração de recursos por pesca, caça e problemas com garimpeiros, madeireiros e fazendeiros, de acordo com o ISA.