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Jaru, 29 de novembro de 2024

Parentes de eletrocutados dizem que Ampla não prestou assistência

A família das vítimas eletrocutadas por um cabo de energia em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, no domingo (3), afirma não ter recebido da Ampla qualquer tipo de assistência desde a tragédia. Em nota divulgada à imprensa, a concessionária havia afirmado estar “prestando toda a assistência à família das vítimas”, o que foi contestado pelos parentes.

O engenheiro mecânico José Paulo de Abreu, de 62 anos, filho de Adão Orlando Silva Moraes, de 87 anos, uma das quatro vítimas mortas, afirma que os parentes sequer receberam solidariedade. “[a Ampla] não fez contato nenhum. Não esteve em nenhum no IML, na delegacia, no hospital, no cemitério ou nas nossas casas”, afirmou.

Questionado sobre que tipo de assistência a família precisaria, José foi enfático ao dizer que esperava ao menos uma atitude solidária por parte da empresa. “Pelo menos que eles colocassem assistente social, psicólogo, para atender a família. Eu perdi o meu pai. Mas e a mãe que perdeu o marido e os dois filhinhos, um de 13 e um bebezinho de 9? Ela está arrasada”, disse.

Quatro pessoas da mesma família morreram eletrocutadas em São Gonçalo (Foto: Arquivo pessoal)

Adão morreu tentando socorrer o filho e os netos de sua companheira, que sobreviveu à tragédia

 

Além de Adão, morreram Rafael Sergio Alcântara Oliveira, de 35 anos, e seus filhos Lucas, de 13 anos, e o bebê de apenas 9 meses. A esposa de Adão, Maria de Nazaré, de 60 anos, sobreviveu à descarga elétrica e segue internada. Seu estado de saúde é grave, mas estável.

Por telefone, a assessoria da Ampla reafirmou ao G1 que está prestando assistência e destacou ter providenciado a transferência, de um hospital público para um particular, de  Maria de Nazare, esposa de Adão, única sobrevivente da tragédia. “Ela foi transferida pela minha intervenção. Quando sai da delegacia fui lá no [Hospital] Azevedo Lima, que acionou o plano de saúde do meu pai, do qual Maria é beneficiária, e fez a transferência dela pra o Hospital das Clínicas”, garantiu José.

“A princípio, eu só quero que seja feita justiça para que não aconteça com outras famílias o que aconteceu com as nossas. Vamos tentar de todos os meios para que isso não fique impune. A única coisa que a Ampla fez até agora foi tentar jogar a culpa para terceiros, alegando que foi uma explosão”, ressaltou José.

O acidente
Um cabo de média tensão se rompeu e atingiu o carro de Rafael, que havia acabado de colocar o bebê dentro do veículo enquanto a família se despedia dos parentes.

O adolescente de 13 anos tentou tirar o irmão de dentro do carro e também recebeu a descarga elétrica. Depois, o pai das crianças e o padrasto dele correram para prestar socorro, e também foram atingidos.

Maria de Nazaré foi a última a tentar ajudar. Ela também levou um choque, mas resistiu. Sofreu queimaduras em várias partes do corpo.

Polícia investiga
José Paulo fez questão de elogiar o trabalho da polícia. Disse que percebeu empenho da delegacia em apurar as causas do acidente.

A Ampla disse que identificou um curto-circuito de grandes proporções na noite em que ocorreu a tragédia. Segundo a empresa, ele teria sido provocado pelo choque de um objeto na rede perto do local onde o cabo se rompeu.

Técnicos da empresa procuraram a polícia pra dizer que o acidente pode ter sido causado por uma bomba caseira colocada dentro de um freezer. Ela teria explodido e atingido a rede elétrica. O eletrodoméstico foi encontrado a cerca de um quilômetro do local onde a família foi atingida.

Moradores contaram à polícia que a fiação elétrica da rua é antiga e com remendos. A polícia aguarda o resultado da perícia. E está em busca de imagens de câmeras de segurança da rua.


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