Os pais que mantêm o controle dos compromissos, férias e mesmo da roupa dosfilhos que se encontram em idade universitária poderão estar prejudicando, em vez de os beneficiarem, atesta um estudo publicado recentemente numa revista dedicada à família.
Conduzido por Holly Schiffrin da University of Mary Washington, nos EUA, o estudo revelou que os filhos dos chamados pais “helicóptero” apresentam uma maior tendência para se sentirem deprimidos e insatisfeitos com a vida.
Publicado na revista “Springer’s Journal of Child and Family Studies”, o estudo teve como base uma sondagem efetuada via internet que envolveu 297 alunos universitários norte-americanos aos quais foi pedido que descrevessem os comportamentos das mães, bem como o seu grau de independência. Os investigadores analisaram posteriormente os níveis de satisfação e de felicidade dos participantes.
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Numa época em que se vivem tensões econômicas a nível global, tem-se registrado um aumento simultâneo de pais super controladores, aumentando as preocupações relativamente ao possível sucesso dos filhos desse tipo de pais. O sentimento da necessidade de independência e de se sentirem capazes acaba por ficar abafado nos filhos dos pais “helicóptero”.
A autora do estudo comenta que o fato de se “ver pais com um envolvimento tão abrangente nas suas (dos filhos) vidas universitárias, a contratarem os professores e a decidirem sobre os seus compromissos, constitui uma novidade que está cada vezmais a aumentar. Este fenômeno não promove a independência nem a possibilidade de se aprender com os próprios erros”.
Este estudo vem fomentar os debates cada vez mais crescentes em relação ao nível de envolvimento dos pais na vida dos filhos. Holly Schiffrin admite que o desenvolvimento tecnológico tenha fomentado uma mudança no envolvimento dos pais na vida universitária dos filhos; passou-se do telefonema semanal para os SMS, mensagens de correio eletrônico e outros serviços de mensagens de forma regular.
Nos EUA existem agora universidades que proporcionam sessões de orientação aos pais para os encorajar a proporcionarem mais liberdade aos filhos. No Reino Unido, Mike Grenier, um dos diretores de internato do famoso colégio Eton College está a promover uma campanha que tem como objetivo desacelerar o ritmo dos pais, argumentando que o controlo parental exagerado pode de fato desmotivar e causar danos psicológicos nos filhos. “O grande perigo do controlo parental exagerado consiste no fato de ser intrusivo e de os pais não deixarem os filhos tomarem as suas próprias decisões, correrem riscos e aprenderem por si próprios”, comentou.
Estudo publicado na revista “Springer’s Journal of Child and Family Studies”
Postado por Almi Coelho