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Jaru, 28 de março de 2024

Ônibus: um mês depois, estudantes esperam ônibus do SIM por 2h – final

onibusUm mês após o novo consórcio de ônibus coletivo começar a atuar em Porto Velho, o G1 preparou uma série de reportagens para relembrar todo o processo de mudança para chegar até o consórcio do Sistema Integrado Municipal de Transporte de Passageiros (SIM). Durante o período de transição, os moradores da capital de Rondônia enfrentaram greves, acompanharam as declarações do poder público e até quebra-quebra.

No último episódio da série, o G1 foi acompanhar como é a rotina dos estudantes universitários que dependem do transporte público na capital.

 O universitário Flaw Naje, de 40 anos, aceitou que a reportagem acompanhasse a rotina dele para para embarcar nos ônibus na segunda-feira (15). Acadêmico do 4º período de jornalismo, ele trabalha como caça talentos para uma agência de modelos de Florianópolis(SC).

Esperamos com ele um ônibus da linha Interbairros. O ponto escolhido fica localizado na Avenida Calama, próximo ao shopping, no bairro Flodoaldo Pontes Pinto. Chegamos às 17h40. Outras duas pessoas que pegariam o mesmo ônibus disseram ter chegado às 17h30. Às 19h32, mais de duas horas depois, o ônibus chegou lotado.

O tempo normal de intervalo entre um ônibus e outro, anunciado pela empresa, seria de no máximo uma hora, segundo informou, ao G1, o motorista do coletivo. O condutor não explicou o motivo da demora, apenas concordou que houve atraso.

Como depende de dois ônibus para ir até a faculdade, Flaw só pegou a segunda condução às 19h50, mais de uma hora depois do que deveria ser o tempo normal. Ele chegou na faculdade às 20h27. “Perdi todo o primeiro tempo de aula e metade do segundo”, lamentou. Quanto ao material dado em sala de aula ele diz que consegue recuperar depois com amigos. “A explicação do professor não tem resgate”, diz.

Segundo o universitário, essa não é a primeira vez que isso acontece. “Duas horas é um tempo absurdo para se esperar por uma condução pública, principalmente para quem tem hora para entrar no trabalho ou faculdades e escolas”, reclama.

Preocupação
A preocupação dos estudantes com o horário e rota dos ônibus é tanta, que os acadêmicos de jornalismo da faculdade onde Flaw estuda criaram um grupo exclusivo para manterem-se informados sobre a linha mais rápida e também explicar atrasos aos professores.

O atraso na aula é algo que o acadêmico de jornalismo Gabriel Jackson, de 19 anos, prefere evitar. Como o ônibus que ele pegava não está circulando, o Mamoré, ele foi obrigado a pagar R$ 10 a um mototáxi. “Ou era isso ou faltaria”, salientou.

Princípio de chuva preocupa devido pouco espaço no abrigo de ponto de ônibus (Foto: Toni Francis/G1)
Princípio de chuva preocupa devido pouco espaço no abrigo de ponto de ônibus (Foto: Toni Francis/G1)

Medo
Mas o transtorno não está apenas na demora dos ônibus. Como passa muito tempo na parada, tem usuários que acabam sendo vítimas de assaltos. A agente de portaria Auxiliadora Januaria, 36, por exemplo, diz já ter sido assaltada quatro vezes, duas delas no mesmo ponto de ônibus na Avenida Rio Madeira. “É um absurdo”, diz.

Há ainda as questões climáticas e de acomodação. Nas duas horas em que o G1 ficou a espera do ônibus, mais de uma hora foi com chuva, o que causou superlotação no ponto, que normalmente comporta pouco mais de dez pessoas sentadas e em pé.

Posicionamento
Procurado, o Consórcio SIM informou que não é responsável pelas rotas que foram retiradas da cidade, no caso do estudante que reclama da não circucalação do ônibus Mamoré. A empresa ainda informou que vai averiguar o que houve com o ônibus Interbairros, que na segunda-feira (15) atrasou duas horas.

A reportagem não conseguiu contato com a Secretaria Municipal de Trânsito sobre a rota de ônibus universitário e do extinto Mamoré.


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