A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu nesta terça-feira que evidências sobre a transmissão aérea do novo coronavírus estão “surgindo”. O reconhecimento ocorre após um grupo de quase 240 cientistas ter pedido que a entidade atualize os guias com orientações sobre como o Sars-CoV-2 passa de uma pessoa para outra.
Em entrevista coletiva concedida hoje, a líder técnica da resposta da OMS à pandemia, Maria van Kerkhove, admitiu que a hipótese está sendo analisada. “Temos conversado sobre a possibilidade de transmissão aérea e aerossol como uma das formas de transmissão da covid-19”, disse ela.
Na última atualização do relatório sobre a doença, em 29 de junho, a OMS afirma que o novo coronavírus se espalha principalmente a partir de pequenas gotas expelidas pelo nariz ou pela boca, após tosse, espirro ou fala.
No entanto, em uma carta aberta publicada na revista americana “Clinical Infectious Diseases”, cientistas e consultores da própria OMS afirmam que novos estudos mostram que partículas menores do vírus permanecem no ar, especialmente em locais fechados, e podem contaminar pessoas.
A líder técnica da OMS para o controle de infecções, Benedetta Allegranzi, afirmou que a entidade vai analisar as evidências que estão surgindo. No entanto, ela destacou que os estudos sobre a transmissão aérea ainda não são definitivos.