O número de grávidas que tiveram o diagnóstico positivo para Covid-19 me menos de três meses de 2021 em Porto Velho é igual ao registrado em todo ano de 2020, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Só neste ano, 10 gestantes morreram pelo vírus em Rondônia.
Conforme a Semusa, nos 10 meses de pandemia do ano passado, 87 gestantes tiveram Covid-19 e 3 morreram em Porto Velho. Em 2021, somente de janeiro a 16 março, 87 casos também foram confirmados e 4 morreram.
De acordo com a Superintendência Estadual de Comunicação (Secom), a média mensal de internações de mulheres grávidas com suspeita de Covid-19 em Rondônia varia entre 6 e 10. Só neste ano, 98 foram internadas, 48 testaram positivo, e 10 morreram em todo estado.
Em entrevista à Rede Amazônica, o médico obstetra Rodrigo Carrapeiro disse que esse aumento no número de gestantes diagnosticadas com a Covid-19 pode ter relação com a assistência pré-natal, feita na rede pública de saúde. Para ele, é necessário fortalecer o sistema imunológico da mulher desde o início da gravidez para que a doença possa ser evitada ou contida.
A recomendação de Rodrigo é que mulheres gestantes não consumam alimentos inflamatórios. Segundo ele, o consumo de açúcares e carboidratos de alta carga glicêmica “acaba prejudicando o sistema imunológico”.
“Eu sempre peço para todas as gestantes pra que elas tenham um acompanhamento com nutricionista, é fundamental esse acompanhamento nutricional. Talvez se na rede pública tivesse essa atenção do nutricionista, somaria bastante no manejo dessas pacientes”, explicou.
Vacinas contra Covid-19 em mulheres grávidas
Um estudo da Universidade de Harvard com o Hospital Geral de Massachusetts (EUA), testou vacinas da tecnologia mRNA em 131 mulheres, sendo 84 grávidas, 31 lactantes e 16 não-grávidas, como grupo de controle.
A conclusão, publicada em março, é de que “a resposta imune foi equivalente nas grávidas e lactantes, em relação às mulheres não grávidas”. E anticorpos foram identificados tanto no cordão umbilical quanto no leite materno, sendo assim transferidos aos bebês.
Mas trata-se de um estudo ainda não revisado por pares e que não abrangeu as vacinas por enquanto usadas no Brasil.
Por enquanto, ainda prevalece então a cautela, em especial para gestantes.
Ao mesmo tempo, os CDCs (centro de controles de doenças dos EUA) lembram que as mulheres grávidas têm risco maior do que as não grávidas de desenvolver as formas mais severas de Covid-19.
A recomendação geral ainda é de que grávidas que sejam parte de grupos já aptos à vacina (como profissionais de saúde, por exemplo) avaliem seu caso com seus médicos e decidam se querem ou não tomar a vacina.