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Jaru, 22 de novembro de 2024

Museu da Estrada de Ferro está em situação de abandono e MP cobra revitalização em Guajará-Mirim, RO

Ferrugem, mofo, poeira e rachaduras são atualmente os elementos que compõe parte da história de Rondônia. A antiga estação (e agora museu) da Estrada de Ferro Madeira Mamoré de Guajará-mirim (RO) se encontra com a estrutura precária, os objetos histórico enferrujados e vegetação crescendo por toda parte. (veja imagens abaixo)

O local antes funcionava a estação final da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, localizada no Km 366 da ferrovia. Foi inaugurada em 30 de abril de 1912 e fechada em 1972.

Em 1992, a construção se foi transformada no Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim. Seu acervo tem peças que contam a história da Ferrovia, dos trabalhadores e dos seringueiros — e consequentemente a história de Rondônia e Guajará-Mirim. Entre as peças também existem artefatos indígenas, além de espécies da fauna de Rondônia e da Bolívia empalhadas.

Depois de uma vistoria técnica feita pelo corpo de bombeiros em 2010, foram identificadas falhas estruturais e a ausência de objetos para prevenção contra incêndio e pânico. Depois disso o local precisou ser interditado.

Dois anos depois, a obra foi entregue pelo governo do estado e custou cerca de R$ 450 mil. Mas a previsão de reabertura aconteceu apenas nos anos seguintes. Agora, depois de 14 anos, o Ministério Público de Rondônia apura um possível abandono no local.

A estrutura, tombado pelo estado de Rondônia, abriga peças da Madeira-Mamoré, cerâmicas encontradas durante a construção da ferrovia, móveis, fotografias e até “restos” de “animais pré-históricos”. Veja as fotos de como os objetos estão armazenados:

Objetos guardados no Museu em Guajará-Mirim — Foto: Késia Fernanda

Objetos guardados no Museu em Guajará-Mirim — Foto: Késia Fernanda

No pátio do museu estão expostas:

  • uma locomotiva 4-6-0, nº 20, fabricada pela Baldwin em 1909, engatada a um carro de passageiros e um vagão prancha antigo;
  • e uma locomotiva 2-8-2, n° 17, fabricada em 1936 pela Berliner Maschinenbau, engatada a um vagão prancha.

 

Segundo o MP-RO, partes dessas locomotivas apresentam ferrugem e vegetação crescendo entre os trilhos e as peças metálicas.

Locomotivas no museu — Foto: Késia Fernanda

Locomotivas no museu — Foto: Késia Fernanda

A Usina Hidrelétrica de Jirau atualmente é a responsável pelo local. Ela assumiu o compromisso de revitalizar a área onde fica o museu como uma das medidas para compensar os impactos que a construção da hidrelétrica causaria no patrimônio arqueológico, histórico e cultural de Rondônia.

Segundo a prefeitura de Guajará-Mirim, alguns projetos de revitalização já foram enviados para o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aguardam aprovação. Depois disso, os objetos serão retirados do local para que as obras sejam iniciadas.

O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) informou que solicitou à Jirau Energia e à Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e lazer (Sejucel) informações sobre as obras de revitalização do museu, além de comunicar a situação ao Iphan.

Ao g1, o Iphan informou que “a área em questão encontra-se fora do perímetro protegido por tombamento federal e de seu entorno”, sendo a responsabilidade do governo de Rondônia. O g1 procurou o governo, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.

Sobre a revitalização, o g1 entrou em contato com a Usina Hidrelétrica de Jirau, mas não obteve respostas até a última atualização desta matéria.

fonte: G1RO


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