Considerado um dos jornalistas em atividade mais antigos do Brasil, Euro Tourinho morreu na noite desta segunda-feira (25), em Porto Velho, aos 97 anos. Uma das netas do comunicador, Euma Tourinho, confirmou a morte do avô em uma publicação no seu perfil pessoal no Facebook.
Segundo o jornalista Lúcio Albuquerque, Euro, que era seu amigo, estava internado em um hospital particular de Porto Velho, mas não resistiu e faleceu por volta das 19h. Ainda não se sabe a causa da morte, mas, segundo um familiar, o jornalista tratava uma pneumonia.
“Meu avô Euro Tourinho desencarnou às 19h. Aqui com um dos seus melhores amigos. Almino Afonso, cuja amizade de mais de 80 anos, nos ensina muito sobre lealdade, dedicação e amor a vida. Meu avô viveu plenamente com generosidade e leveza todos os dias de sua vida. Deixa muitos ensinamentos sobre ética, moral, união, amizade, honestidade e alegria de viver. Jamais o vi alterar a voz com quem quer que seja. Era um homem generoso. Com todos. E humilde, como só os sábios são. Vovô Euro, siga em paz. O céu deve estar em festa. Agradeço a Deus pelos seus 97 anos dos quais 48 eu pude te-lo como avô. Eu te amo. Pra sempre, em todas as vidas”, disse Euma.
De acordo com Lúcio Albuquerque, o velório está previsto para ocorrer perto da Catedral de Porto Velho a partir das 1h de terça-feira (26). Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre o sepultamento. Euro deixa 9 filhos.
Trajetória
Tourinho era considerado um dos jornalistas em atividade mais antigos do Brasil. No total, foram 63 anos dedicados à profissão. Já foi homenageado e serviu de tema para um livro.
Durante sua trajetória, o jornalista já viajou quatro meses para sair de Mato Grosso até Manaus (AM), trabalhou em seringal e entregou um jornal para o ex-presidente do país Juscelino Kubistchek. Também ficou conhecido por nunca esquecer a máquina de fotografar.
Natural de Corumbá (MS), Tourinho cresceu em Santa Fé, no antigo Território do Guaporé, hoje conhecido como Rondônia. Os pais vieram para o Norte após uma briga por terras.
“Meu pai foi pego em uma emboscada. Minha mãe se desesperou. Um dia, ele foi chamado para ser agente fiscal no norte do Mato Grosso e ela disse que era de Deus”, relembrou o jornalista em 2016.
Tourinho foi diretor do extinto Jornal Alto Madeira, que abriu as portas em 1912, em Porto Velho. Ele entrou como repórter e virou diretor anos depois. Assim que voltou para a capital, fez amizade com jornalistas do jornal, que na época integrava o grupo Diários Associados, cujo dono era Assis Chateubriand.