Nesta terça-feira, 07, faz exatamente um mês que o senador da República licenciado Marcos Rogério, do PL, não se expressa por meio das redes sociais.
Isto, levando em conta seu último pronunciamento na página oficial de seu mandato no Facebook, quando veiculou mensagem de luto em memória de Rosa Buzinhani Crevelaro.
No Twitter, lado outro, o período de silêncio é ainda maior. São quase dois meses sem falar absolutamente nada. Lá, remanesce a postagem em que declara o pedido de licença do Senado Federal alegando problemas de ordem familiar
Samuel Araújo, do PSD, seu suplente, assumiu o ofício desde o afastamento. Araújo é praticamente incomunicável, e, diferentemente do congressista que substitui temporariamente, não costuma falar abertamente à sociedade.
Marcos Rogério não se pronunciou durante a eleição da Mesa Diretora do Senado Federal, que culminou com a recondução de Rodrigo Pacheco, do PSD de Minas Gerais, à Presidência da Câmara Alta.
O postulante do grupo derrotado, à qual Rogério integra, ou seja, formado basicamente por bolsonaristas, era Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte. Os bolsonaristas viram na disputa uma espécie de terceiro turno entre Lula, do PT, eleito presidente, e o ex-morador do Alvorada. Marcos Rogério não se envolveu nem mesmo para inflamar a militância, diferentamente de todos os políticos no seu espectro ideológico.
Mas bem antes disso o silêncio já imperava pelos lados de um dos membros mais exclamativos do Congresso Nacional, que diz orgulhar-se de ser chamado de “pit bull” do Bolsonaro.
O apelido foi dado por conta de sua desenvoltura durante os trabalhos da CPI do Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) ao assumir defesa ferrenha da antiga gestão do governo federal durante a pandemia.
Não falou absolutamente nada sobre os atos terroristas do dia 08 de janeiro. Não falou sobre o afastamento do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB). Não falou sobre a prisão de Anderson Torres, então secretário de Segurança do Distrito Federal (já demitido).
Também não abordou a prisão dos envolvidos nos ataques aos Três Poderes. E tampouco abordou a denúncia de seu colega senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo.
Do Val alegou ter sido coagido por Bolsonaro a dar um golpe de Estado “grampeando” Alexandre de Moraes, membro do Supremo (STF). O congressista não aguentou a pressão e mudou sua versão.
Em suma, a licença de Marcos Rogério não fora apenas para o cargo em que ocupada, mas também das grandes discussões políticas no Brasil incluindo seus acontecimentos sociais e consequências.