Manifestantes interditaram o acesso a ponte que liga Rondônia ao Amazonas na manhã desta sexta-feira (9) em Porto Velho. De acordo com a líder da manifestação, Maria Rosângela da Silva, a interdição é um protesto contra a garimpagem no Rio Madeira. A população também pede mais fiscalização das dragas, principalmente aquelas que têm feito garimpagem próximos aos pilares da ponte. A manifestação teve início às 5h e só terminou próximo às 10h com a negociação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A PRF também acompanhou toda a manifestação, organizando o fluxo de veículos e as filas que se formaram na base da ponte com o trânsito interrompido. Estiveram presentes manifestantes dos reassentamentos Joana Darc, Balsa e Vila do Dnit.
Segundo Maria, é comum as dragas iniciarem o garimpo às 18h e terminarem ao longo da madrugada sem nenhum tipo de fiscalização. “As dragas embaixo da ponte estão afetando os pilares, nós não sabemos o quanto eles já cavaram, não sabemos até onde a ponte vai aguentar. Por isso nos reunimos para que algo seja feito”, explicou Maria.
A PRF negociou com uma comissão de moradores que lideravam a paralisação. Ficou acordado que fiscalizações serão intensificadas a partir da próxima quarta-feira (14).
“A Marinha e a Polícia Militar vão se organizar e iniciarão fiscalização no pé da ponte, pois não é autorizado garimpo há 19 quilômetros da usina”, explicou o inspetor da PRF Régis Ramos.
Durante o tempo que não houver fiscalização, os moradores poderão acionar a PRF caso vejam alguma atividade ilegal de garimpo.
O motorista, Manoel Nascimento, vinha de Humaitá para Porto Velho com a família quando se deparou com o protesto. “Fiquei 2h na fila esperando, mas sou consciente do que eles estão fazendo é para o bem, se o garimpo continuar essa ponte pode cair e algo pior pode acontecer”, disse Manoel.
A interdição da ponte durou quase 5h, logo após a liberação a PRF ficou no local para organizar o fluxo de carros, motos, carretas, ônibus e caminhões que ficaram parados na manifestação.