Jaru Online
Jaru, 28 de novembro de 2024

Malha lingual: Uma dieta que pode te dar muita dor de cabeça

Uma iniciativa desenvolvida para quem deseja perder peso tem gerado muita polêmica nos consultórios dos dentistas. Em busca de literalmente “fechar a boca” da pessoa que deseja eliminar os quilos a mais, a dieta da malha lingual tem despertado a atenção para uma série de problemas que tal medida pode trazer para a saúde da pessoa.

Segundo o dentista Dr. Luciano Martins, a dieta consiste no seguinte: “é costurada uma espécie de malha ou tela na língua da pessoa, seja com grampos ou pontos, e assim o ato de comer e mastigar alimentos sólidos se torne um grande tormento. e com isso o indivíduo passe a consumir apenas líquidos ou pastosos, ou seja, fazendo com que haja essa perda de peso”.

Para piorar, “há quem coloque a malha por alguns meses até conseguir emagrecer e depois a retira, ou faça uma dieta estabelecendo períodos sazonais, como a usando por dois meses, depois remove por alguns dias, e em seguida a aplica novamente”, observa o dentista. No entanto, conforme lembra o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu, é preciso observar que tal proposta não é um método científico: “Ainda é algo doloroso, incômodo e pode limitar a ingestão de nutrientes essenciais para o bem estar da pessoa”.

Diante disso, Dr. Luciano lembra da questão higiênica: “Pode acontecer da comida ficar retida entre a língua e a tela, o que pode trazer problemas ligado ao hálito da pessoa”.  Já Fabiano lembra que “a língua é um músculo com muitas terminações nervosas e se grampeamos alguma coisa em nós, além de nos machucar muito, podem ocorrer feridas e infecções”. Além disso, “Essa dor e este incômodo vai elevar a ansiedade que pode trazer outros problemas em relação à saúde mental.”

Dr. Luciano sintetiza: “Como se observa, esse sistema de malha lingual não traz nada de bom ou saudável”. Vale lembrar que tal técnica não é autorizada pelas entidades reguladoras de saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Odontologia (CFO).


COMPARTILHAR