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Jaru, 29 de novembro de 2024

Mãe de menino com Zika esperou 3 meses por resultado de exame, em Rondônia

Quem vê Willian Goés Queiros andando de cavalo pelo pasto não imagina que há três meses ele nem mesmo conseguia se levantar da cama. Durante a aula, em setembro, o menino de 8 sentiu fortes dores pelo corpo e acabou sendo internado. Inicialmente a equipe médica pensou que ele estivesse com Chikungunya e decidiu coletar amostras de sangue para enviar a Belém (PA). Na segunda-feira (28), três meses depois da coleta, o resultado deu positivo para Zika, o primeiro caso do estado. “Três meses esperando. Na época que ele passou mal, nenhum remédio cortava as dores”, diz a mãe do garoto, Simone Goés Queiroz.

De acordo com a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Willian é o primeiro caso do Zika Vírus confirmado em Rondônia. A família, que mora em Vilhena (RO), recebeu a notícia na segunda, enquanto passam as férias na casa da tia do garoto, em Ji-Paraná (RO), região central do estado.

Em entrevista ao G1, o garoto relembrou quando os primeiros sintomas da doença apareceram pelo corpo. “Eu senti uma dor muito forte na barriga. Estava fazendo prova. Falei com a professora e ela disse que era para eu terminar. Consegui terminar a prova, mas minha cabeça já estava doendo muito. Fui para direção e eles me liberaram para ir para casa”, relembra William.

A mãe do garoto, Simone Goés Queiroz, conta que o filho mal conseguia pedalar quando chegou em casa. “Quando deu a noite ele estava queimando em febre e tinha manchas vermelhas na barriga e costas. A parte branca dos olhos já estava toda muito vermelha, daí procurei um médico”, conta a mãe.

No dia seguinte o garoto não conseguia andar sem se segurar em alguma coisa. “Quando voltamos ao hospital, precisamos de uma cadeira de rodas para levá-lo do carro para o hospital, de tão debilitado que ele estava”, conta a mãe.

Segundo a mãe, a semana seguinte foi ainda mais angustiante para a família, pois os médicos não descobriram a doença. “O médico estava muito preocupado com toda a situação. Tínhamos que ir todos os dias ao hospital”, relembra Simone.

Sem reação
Como o menino não reagia a nenhum medicamento, a equipe médica decidiu aplicar um antibiótico muito forte. “Nenhum remédio cortava a febre, que chegou passar os 39°C. O remédio era tão forte que o ele nos pediu para interná-lo, para caso houvesse alguma reação contrária”, conta.

Mãe conta que garoto não conseguia nem mesmo ficar em pé (Foto: Pâmela Fernandes/ G1)Mãe conta que garoto não conseguia nem mesmo ficar em pé (Foto: Pâmela Fernandes/ G1)

Depois de tomar o remédio, ainda em Vilhena, o garoto já apresentou sinais de melhora. A febre baixou e as manchas vermelhas começaram a sumir. No dia seguinte, o garoto já conseguia se levantar. Logo depois, a mãe e a criança seguiram viagem para Porto Velho para continuar sendo medicado.

O vírus da dengue foi confirmado no menino, mas por causa do quadro clínico de William, o médico e a mãe desconfiavam de outra doença. Segundo Simone, a primeira suspeita do médico foi o vírus da chikungunya. “Como os sintomas são bem parecidos, colhemos amostras e mandamos para fazerem os exames”, conta a mãe. O resultado só chegou mais de mês depois, sendo negativo para o chikungunya. Já um segundo exame foi positivo para o Zika vírus.

“Foram três meses esperando uma resposta, que nós não sabíamos se seria positiva ou não. Agora eu estou preocupada, mas antes, eu estava preocupada em não conseguir descobrir o que ele tinha”, justifica a mãe.

Embora hoje o menino já está bem, a família entrou em contato com o médico e Willian deve voltar a Vilhena na quarta (30)  para saber se será necessário ou não  tratamento. O garoto também deve passar por novos exames.

Prevenção 
Em virtude do primeiro caso de Zika vírus no estado, confirmado em Vilhena, a diretora-geral da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Arlete Baldez, veio ao município nesta terça-feira (30), para uma reunião com autoridades sanitárias do município. O objetivo do encontro é elaborar um plano de contenção ao mosquito Aedes aegypt i, transmissor da doença.

De acordo com o técnico em vigilância e saúde da Divisão de Epidemiologia do município, Paulo Cremasco, a partir da suspeita da doença, uma ação de prevenção já foi realizada na região. “A equipe técnica fez uma varredura na residência e arredores, no intuito de eliminar a transmissibilidade da doença. Atacamos o mosquito adulto com fumacê e eliminamos os possíveis focos do mosquito nas redondezas”, explica.


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